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Para Obama, míssil derrubou o avião

Fuselagem do voo MH17 no vilarejo de Rozsypne, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia | Maxim Smeyev/Reuters
Fuselagem do voo MH17 no vilarejo de Rozsypne, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia (Foto: Maxim Smeyev/Reuters)

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou ontem que o avião da companhia Malaysia Airlines que caiu no dia anterior na Ucrânia, matando 298 pessoas de ao menos 11 nacionalidades, foi atingido por um míssil terra-ar lançado a partir de uma área do leste do país que está sob controle de separatistas apoiados pela Rússia.

INFOGRÁFICO: Confira os modelos de mísseis terra-ar e o alcance de cada um

É uma conclusão similar à apontada mais cedo pela enviada dos EUA ao Conselho de Segurança da ONU, Samantha Power, e por um relatório vazado à rede de tevê americana CNN.

Uma vez mais, o americano acusou o governo russo de prover aos rebeldes vários armamentos, inclusive os mais pesados, e treinamento militar. Além disso, afirmou, o Kremlin continua se recusando a "adotar os passos necessários" para acabar com o conflito e, por isso, é alvo de sanções econômicas internacionais -- ampliadas na última quarta -feira, antes do acidente.

"Não é possível que os separatistas operem como operam e tenham o equipamento que têm, independentemente do que houve com o avião da Malaysia. Um grupo de separatistas não pode derrubar um avião militar e um jato de combate sem treinamento, e isso está vindo da Rússia", afirmou a jornalistas, na Casa Branca.

Nas últimas semanas, foram derrubados, em regiões separatistas da Ucrânia, um cargueiro militar, um helicóptero e um jato de combate. O presidente classificou o episódio de "tragédia global" e pediu que seja realizada uma "investigação internacional crível", inclusive garantindo a adoção de um cessar-fogo que permita o acesso irrestrito de especialistas internacionais à área do acidente.

O mesmo pedido já havia sido feito, mais cedo, pelo presidente Vladimir Putin.

Drama

Depois da explosão, corpos caíam do céu em vila na Ucrânia

Reuters

Primeiro veio uma grande explosão que fez sacudir as casas e prédios, depois começaram a chover corpos. Um dos cadáveres atravessou o telhado frágil da casa de Irina Tipunova nesta tranquila aldeia, logo após o voo MH17 da Malaysia Airlines explodir no céu da Ucrânia oriental, onde os separatistas pró-Rússia lutam contra as forças do governo. "Houve um barulho alto e tudo começou a sacudir. Então objetos começaram a cair do céu", disse a aposentada de 65 anos diante de sua casa.

"E então eu ouvi um barulho e ela caiu na cozinha, o telhado foi quebrado", disse, mostrando o buraco feito pelo corpo quando caiu através do teto da cozinha. O corpo nu da mulher morta ainda estava dentro da casa, ao lado de uma cama.

A cerca de 100 metros da casa de Irina, mais dezenas de corpos estavam nos campos de trigo, onde o avião caiu na quinta-feira, matando todas as 298 pessoas a bordo.

Ainda visivelmente abalada pela experiência, Irina disse: "O corpo ainda está aqui porque eles me disseram para esperar especialistas virem buscá-lo."

Outra moradora local com cerca de 20 anos e que não quis dar seu nome, disse que correu para fora de casa depois de ouvir o avião explodir.

"Abri a porta e vi as pessoas caindo. Uma caiu na minha horta", disse ela. Não foram apenas corpos que caíram do céu. Pedaços de metal, peças de bagagem e outros detritos desabaram no chão.

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