Em discurso ontem na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que os palestinos merecem o reconhecimento de Estado, mas disse que isso só será alcançado por meio de negociações com Israel.
"Estou convencido de que não há atalho para encerrar um conflito que dura décadas. A paz não virá por meio de resoluções na ONU. Se fosse fácil assim, já teria ocorrido", disse ele, reforçando que entende que muitos estão frustrados com a aparente falta de progresso sobre o impasse.
"Paz é trabalho duro", afirmou. "No final das contas, são os israelenses e palestinos não nós que precisam chegar a um acordo sobre as questões que os dividem: sobre fronteiras e segurança; sobre refugiados e Jerusalém".
As afirmações de Obama foram feitas diante da 66.ª Assembleia Geral da ONU, na qual o presidente palestino, Mahmoud Abbas, planeja solicitar o reconhecimento da Palestina como Estado, o que os Estados Unidos e Israel rejeitam. O pedido deve ocorrer amanhã.
Segundo o presidente, é por acreditar tanto no direito do povo palestino em ter um Estado próprio que os EUA dedicaram tanto tempo à resolução do impasse na região. Obama defendeu também que os apoiadores da causa palestina não contribuem ao ignorar as circunstâncias que levaram o povo judeu a chegar a Israel.
"Só teremos sucesso nesse esforço [pela paz] se conseguirmos que os dois lados sentem e ouçam seus medos e seus desejos", disse Obama, que destacou o caso do Sudão do Sul, que estreou na ONU como Estado independente pela primeira vez ontem.
Ontem, o presidente americano teria uma reunião com Mahmoud Abbas para pedir oficialmente que o líder da Autoridade Nacional Palestina desistisse de fazer o pedido de reconhecimento na ONU.
Onda de revoltas
Durante sua fala, Obama saudou a onda de revoltas no mundo árabe na busca por mais democracia, citando o caso da Tunísia, onde um homem ateou fogo no próprio corpo para protestar.
Apesar de defender ações coordenadas mundialmente para combater a morte de civis durante os processos de abertura política, Obama ressaltou que o destino de cada país deve estar nas mãos da população, que precisa buscar a própria liberdade.
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