Veículos das forças de segurança da Suíça cercam o avião da companhia Ethiopian Airlines que foi sequestrado pelo copiloto| Foto: Reuters/Denis Balibouse

O responsável pelo sequestro do avião da Ethiopian Airlines, que aterrissou esta manhã de emergência em Genebra, na Suíça é o copiloto, que aproveitou um momento de descanso do piloto para se fechar na cabine de comando.

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Segundo informou nesta segunda-feira (17) em entrevista coletiva Olivier Grosjean, chefe da Polícia de Genebra, o suposto responsável, nascido em 1983 e com cidadania etíope, queria pedir asilo político na Suíça.

O voo ET702, com um trajeto previsto de Adis-Abeba a Roma, aterrissou em Genebra às 6h02 (horário local, 2h20 em Brasília) e o copiloto se entregou dez minutos depois às autoridades, explicou o porta-voz da Polícia.

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"Uma vez que o avião aterrissou, o copiloto saiu do mesmo pela janela da cabina de comandantes e se dirigiu correndo ao primeiro policial que encontrou para comunicar-lhe que era o responsável pelo sequestro e que a única coisa que queria era asilo político porque em seu país estava em perigo", esclareceu Grosjean.

O responsável, que não estava armado nem tinha intenção de ferir ninguém, está sendo interrogado pela Polícia.

Segundo esclareceu Grosjean, o copiloto entrou em contato antes das 4h (local, 0h em Brasília), com o controle do aeroporto de Genebra para comunicar um problema técnico para poder aterrissar; e às 4h30 (0h30) ativou o alerta de sequestro.

"Em nenhum momento tivemos contato com o piloto porque não estava dentro da cabina de comandantes", explicou o porta-voz da Polícia.

Após a detenção do sequestrador, o avião foi rodeado por dezenas de policiais das tropas de elite e os 202 passageiros começaram a descer um por um por volta das 8h hora local.

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A Polícia está agora recolhendo testemunhos dos passageiros, que receberão atendimento médico e psicológico.

Segundo o porta-voz da Polícia, os passageiros não sabiam que o avião tinha sido sequestrado e só tomaram ciência do acontecido quando se deram conta que tinham aterrissado em uma cidade diferente à de seu destino.

A companhia aérea organizará nas próximas horas o retorno dos passageiros a Roma ou outras cidades italianas.

O promotor de Genebra, Olivier Jornot explicou que o homem vai enfrentar uma pena de até 20 anos e descartou que seja levado para a Etiópia para o julgamento, que será realizada em Genebra.

"A lei penal da Suíça não inclui o delito de pirataria do ar, mas sim de sequestro, castigado com penas que podem chegar até 20 anos", afirmou à imprensa.

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Segundo o promotor, há muito poucas possibilidades de que o homem obtenha asilo político que solicitou porque "cometeu um crime para isso".

No entanto, destacou que, segundo o sabido até o momento, o sequestrador, por enquanto, "responde mais ao perfil de uma pessoa desesperada do que ao de um criminoso".