O novo enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Síria Lakhdar Brahimi, afirmou neste sábado que o presidente Bashar al-Assad precisa compreender que a necessidade de mudança no país é "urgente". Em uma entrevista à televisão al-Arabiya, ele também disse que o governo deve responder às demandas "legítimas" do povo sírio.
Os comentários de Brahimi, ex-ministro de Relações Exteriores da Argélia, foram feitos em Nova York, no seu primeiro dia como novo enviado da ONU na Síria. Ele substitui Kofi Annan, que renunciou ao cargo depois que o seu plano, que incluía um cessar-fogo em 12 de abril, não conseguiu interromper o derramamento de sangue. "O governo sírio compreende mais do que eu a extensão do sofrimento suportado pelo povo sírio", disse Brahimi à TV al-Arabia.
Ele pediu um fim da violência, mas reconheceu não ter ideias pré-concebidas sobre como resolver o problema. "Nós tentaremos superar os obstáculos que Kofi Annan enfrentou", afirmou Brahimi.
O conflito na Síria tem suas raízes em protestos de rua principalmente pacíficos iniciados em março de 2011. Desde então se transformou em uma guerra civil, que já deixou pelo menos 20 mil mortos até agora, de acordo com ativistas de Direitos Humanos.
Neste sábado, aviões de guerra e tropas terrestres atacaram Aleppo, maior cidade do país, com bombas e morteiros, enquanto os soldados entraram em confronto com os rebeles nas estreitas ruas do bairro antigo, segundo ativistas.
A recente onda de violência mostra que, quase cinco semanas depois de uma ofensiva surpresa, as forças de Assad ainda têm dificuldades para retomar o controle total da cidade dos rebeldes pouco armados. Ativistas informaram que os rebeldes também capturaram uma instalação de defesa aérea no leste do país, perto da fronteira com o Iraque.
Também neste sábado, tropas do governo bombardearam bairros de Damasco, após confrontos com rebeldes durante a madrugada. Ainda que as forças do presidente controlem a capital, combatentes da oposição continuam promovendo ataques nos bairros onde contam com apoio popular. Um das áreas bombardeadas neste sábado foi Tadamon, no sul de Damasco, revela o Observatório Sírio para Direitos Humanos, com sede em Londres. Outro grupo de ativistas, o Comitê de Coordenação Local, afirma que as tropas de Assad também atacaram o bairro de Hajar Aswad. As informações são da Associated Press.
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