A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, comemorou ontem a captura de Saif al-Islam, filho de Muamar Kadafi, e do ex-chefe dos serviços de inteligência da Líbia, Abdullah al-Senusi, mas ressaltou que os dois devem ser presos em condições humanas e julgados de maneira justa.
Após o início dos conflitos no país árabe, Al-Islam se tornou o porta-voz do regime de Kadafi. Ele foi preso há dois dias no sul da Líbia. "A detenção do filho de Muamar Kadafi e do antigo diretor de Inteligência Militar tem um enorme significado para o futuro da justiça líbia", disse Navi em comunicado.
A funcionária disse ainda que aplaude a promessa do primeiro-ministro líbio, que garantiu que Al-Islam será tratado de acordo com os padrões internacionais.
Navi afirmou que o povo da Líbia deve buscar reparações às violações aos direitos humanos cometidas durante as quatro décadas de ditadura de Kadafi.
A comissária afirmou que o governo de transição deve colaborar com o Tribunal Penal Internacional (TPI), que acusa os dois presos de crimes contra a humanidade, para garantir que todos os culpados sejam punidos.
Espionagem
O ex-espião Abdullah al-Senussi foi considerado o mais poderoso pilar no repressivo regime de Muamar Kadafi. Cunhado do ditador assassinado, Senussi é acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo suposto papel "crucial" dele em esmagar a revolta popular do país.
A captura do chefe da espionagem de 62 anos, um homem corpulento com expressões faciais bem definidas e sobrancelhas pretas e espessas, foi anunciada pelos novos governantes da Líbia no domingo, mas ele não foi visto em público desde então.