Curitiba Mesmo a muitas milhas da terra natal, a nova-iorquina Heidi Lou Mayer, de 46 anos, que vive no Brasil há 15 anos, nunca deixou de celebrar o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving), o mais tradicional feriado dos EUA comemorado a cada 4.ª quinta-feira do mês de novembro. "Meus três filhos, que são brasileiros, também seguem a tradição." Como quase todos os norte-americanos, Heidi dá ao feriado mais importância que ao Natal. É nesta data que as pessoas viajam horas e horas para jantar com a família. A tradição começou quando os índios ensinaram aos ingleses, nos idos de 1600, a plantar vegetais como a abóbora e a batata doce. Um ano depois, fizeram uma ceia juntos para agradecer a Deus pela ajuda recebida.
Heidi explica que a data é um momento de reunião e que as pessoas que não tem parentes ou que não podem reuni-los são convidadas para a reunião por famílias amigas. "Ninguém passa esse dia sozinho."
No cardápio da ceia de Ação de Graças de Heidi, não faltam o peru recheado, o purê de batata-doce com marshmallow e broa de milho. De sobremesa, torta de abóbora ou maçã. Na refeição, cada um agradece pelo o que recebeu durante o ano, diz.
Este ano a mãe de Heidi, Dorothy, de 81 anos, que mora em Chapel Hill, na Carolina do Norte, veio ao Brasil para celebrar a data com a filha e os netos.
Dorothy diz que o mais celebrado feriado nos EUA é um momento especial para a família e representa o início da temporada natalina. "Se não fizermos reservas de passagens aéreas em setembro, não se consegue mais. O vaivém de gente indo para casa é grande".
A receita de como preparar o peru é transmitida de mãe para filha, conta Dorothy. Nos Estados Unidos, outra atração do feriado são os desfiles de grandes lojas de departamentos, como a Macys. "Quando jovem, eu morava em Nova Iorque e assistia a todas as paradas da Macys. Hoje dá para acompanhar o desfile pela tevê. É maravilhoso."
Apesar de muitos esperarem ansiosamente pelas ofertas do comércio costumeiras nesta época e que atraem milhares de consumidores às lojas, Heidi ressalta que as compras fogem à tradição de Ação de Graças.
Assim também pensa Richard Branson, 45 anos, professor de inglês do Colégio Internacional de Curitiba, que mora no Brasil desde agosto. Nascido em Harbor Springs, no estado do Michigan, Branson conta que desta vez celebrará a data com sua família na casa de colegas norte-americanos que conheceu na escola. "É um dia especial para estar com a família e agradecer pelas bênçãos que recebemos".