As principais igrejas do Ocidente parecem estar morrendo, já que as sociedades estao cada vez mais agnósticas e sentem cada vez menos necessidade de Deus, disse o papa Bento XVI em declarações publicadas nesta quarta-feira.
A percepção dele é ainda mais pessimista que a de seu antecessor, João Paulo II, que lamentava o declínio da fé no mundo desenvolvido e dizia que isso explicava a queda no comparecimento de fiéis a igrejas católicas nos últimos anos.
Bento XVI disse que a maioria dos países em desenvolvimento, por outro lado, vivem um "despertar da fé".
- É diferente no mundo ocidental, um mundo cansado de sua própria cultura, um mundo que está num ponto em que já não há evidência da necessidade de Deus, menos ainda de Cristo - disse ele numa reunião do prelado nos Alpes italianos, onde passa férias.
- As chamadas igrejas tradicionais parecem estar morrendo - disse ele, de acordo com o texto publicado pelo jornal do Vaticano, o L'Osservatore Romano.
A participação nas missas de domingo em alguns países desenvolvidos chega a apenas 5%, mostrou um levantamento recente do Vaticano.
Para o Papa, de 78 anos, uma combinação da mentalidade cada vez mais agnóstica com a ascensão de seitas mais simplistas está ameaçando a Igreja, principalmente na Europa, na Austrália e, em menor extensão, nos Estados Unidos.
- A Igreja Católica não está tão mal quanto as grandes igrejas protestantes, mas naturalmente compartilha o mesmo problema neste momento histórico.
O Papa culpou a mudança das atitudes sociais dos anos 1960 pelo declínio da Igreja no Ocidente, citando o que chamou de "segundo esclarecimento" de 1968, o ano do ""verão do amor", a explosão dos protestos estudantis e operários.
Não há soluções fáceis para a Igreja, disse ele, mas as pessoas precisam perceber que não podem dar as costas para Deus.
- Precisamos passar por esse túnel com paciência, na certeza de que Cristo é a resposta e que, no final, ele reluzir novamente.