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Cúpula em Luque

Paraguai afirma que entrada da China pode “ameaçar” parceiros do Mercosul

Para o presidente Mario Abdo Benítez, “custos muito competitivos” da China representariam riscos para indústrias de Paraguai, Argentina e Brasil em caso de acordo chinês com o Uruguai (Foto: EFE/Nathalia Aguilar)

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O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, manifestou nesta quinta-feira (21) preocupação sobre a possível entrada da China na região amparada por um acordo de livre-comércio, e advertiu que isso poderia ameaçar os países parceiros do Mercosul.

“A entrada da China com tarifas preferenciais para a região é uma questão que, não podemos negar, preocupa o Paraguai e toda a região”, disse Abdo Benítez aos jornalistas após a conclusão da cúpula dos presidentes do Mercosul na cidade paraguaia de Luque.

O mandatário reagiu ao anúncio do Uruguai de que iniciaria conversas com a China sobre um tratado de livre-comércio, uma das questões que têm causado atritos entre os membros do Mercosul.

Abdo Benítez, que entregou a presidência temporária do bloco econômico ao Uruguai, comentou que a China tem “custos muito competitivos”, que, na sua opinião, “poderiam ameaçar” as indústrias de Paraguai, Argentina e Brasil.

Além disso, reafirmou a posição do seu governo de avançar como um bloco em direção a qualquer acordo comercial.

“Estamos obviamente preocupados com a possibilidade de negociar sem um acordo e que todos possamos defender as políticas que consideramos importantes para os nossos países”, acrescentou.

Questionado sobre as relações entre Paraguai e Taiwan, considerada uma província rebelde pela China, o presidente esclareceu que “o Mercosul é um bloco separado”.

“De fato, nem o Paraguai nem Taiwan têm qualquer problema com o Paraguai ter relações comerciais com a China”, argumentou.

Mas, quando questionado sobre a possibilidade de negociar uma ligação com Taiwan, Abdo Benítez a rejeitou.

Os parceiros do Mercosul concluíram dois dias de reuniões nesta quinta-feira, as primeiras reuniões presenciais desde o início da pandemia.

Os encontros foram marcados por divergências sobre como abordar acordos comerciais com terceiros, uma vez que alguns países defendem decisões por consenso, enquanto outros apoiam a tomada de decisões sozinhos, sem excluir a ligação com os parceiros mais tarde.

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