Paraguaio Fernando Lugo vê a oposição do país bloquear a Venezuela| Foto: Christian Rizzi/ Agência de Noticias Gazeta do Povo

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O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Inter­­nacionais, Marco Aurélio Garcia, reconheceu ontem que existe "mal-estar" no Mercosul pela demora do Congresso paraguaio em aprovar o ingresso da Vene­­zuela ao bloco.

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A adesão da Venezuela ao Mercosul já foi aprovada pelos Parlamentos de Argentina, Brasil e Uruguai e sua concretização depende apenas do respaldo do Congresso paraguaio, no qual a oposição e alguns setores do governo têm bloqueado o trâmite há três anos.

Segundo Garcia admitiu em entrevista coletiva com correspon­­dentes estrangeiros, isso gerou "certo mal-estar" no Merco­­sul, pois "até o Governo paraguaio" apoia a entrada da Vene­­zuela.

O assessor disse que o Brasil não tem até agora informação precisa sobre a proposta do presidente do Uruguai, José Mujica, que levantou a possibilidade de procurar variantes jurídicas para receber a Venezuela no bloco sem a ratificação do Paraguai.

Também não especificou se o Brasil apoiaria essa alternativa, que pode ser abordada durante a cúpula que o bloco realizará em Montevidéu no próximo dia 20, mas considerou que, "respeitando a soberania do Congresso paraguaio", o assunto deve ser resolvido o mais rápido possível.

O Tratado de Adesão da Vene­­zuela ao Mercosul foi aprovado pelos governos da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai em julho de 2006, durante uma reunião realizada em Caracas, da qual participaram os chefes de Estado dos cinco países e o presidente da Bolívia, Evo Morales, como convidado especial.

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Autoritário

Os Parlamentos da Argentina e Uruguai foram os primeiros a ratificá-lo, enquanto, no Brasil, o trâmite demorou mais de dois anos e esteve envolto em polêmicas devido ao perfil "autoritário" do presidente Hugo Chávez e uma alegada "falta de garantias democráticas" da Revolução Boli­­variana.

O "mal-estar" do Brasil em relação ao Parlamento paraguaio vai além, pois, segundo Garcia, ali está bloqueada a designação de um novo embaixador em Brasília, um trâmite que deveria ter terminado "há dois anos".

"Isso não ajuda na manutenção das boas relações" entre Brasil e Paraguai, concluiu o assessor.