Assunção (EFE) — O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte, disse ontem, em Assunção, que sua política externa é transparente, em resposta às declarações do ministro das Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Celso Amorim, que pediu explicações sobre o acordo militar com os Estados Unidos. "Nós atuamos com muita transparência na gestão pública e as relações com os países do mundo são feitas com muita dignidade e clareza", disse o chefe de Estado ao comentar as declarações do chanceler brasileiro.

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O jornal argentino Clarín publicou na terça-feira declarações de Amorim que tiveram grande repercussão na imprensa paraguaia. Ele pedia "transparência" no conteúdo da cooperação militar que o Paraguai tem com os Estados Unidos.

A autorização para a entrada de cerca de 400 militares norte-americanos para participar de 13 exercícios conjuntos levantou as suspeitas em alguns países vizinhos, que temem o interesse de Washington em instalar uma base permanente no Paraguai.

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Duarte não quis responder sobre se desmentirá a eventual instalação de uma base dos Estados Unidos ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, esta semana em Nova Iorque, para onde viajou ontem com o objetivo de participar da reunião de cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU). Sobre isso, disse que esse "assunto já está explicado em nível de chancelaria".

Mercosul

O presidente do Paraguai, após insistir no fato de que seu país é soberano nas relações internacionais, reconheceu que, de acordo com o tratado que rege o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), "nenhum acordo bilateral pode ser assinado sem o consentimento dos demais sócios do grupo". No entanto, defendeu que "deve haver algum tipo de exceção para os integrantes com menos desenvolvimento relativo".

Duarte afirmou que fará tudo para preservar as relações do bloco, mas que precisa "explorar outras possibilidades".

Ele acrescentou que "a política externa paraguaia se baseia primeiro na dignidade do povo, na liberdade para buscar oportunidade no que diz respeito às normas internacionais e, sobretudo, na consagração da soberania nacional". Duarte também reconheceu que o Mercosul foi importante para seu país e, nesse sentido, destacou a recente aprovação dos fundos estruturais "que permitirão que o Paraguai receba entre US$ 23 e 24 milhões no próximo ano".

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