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Os inúmeros protestos de ativistas de direitos humanos e associações de vítimas do regime militar no Paraguai (1954-1989) levaram o governo do país a desistir de indicar o neto homônimo do ditador, Alfredo Stroessner, para o cargo de embaixador junto à ONU. No início da semana, Alfredo "Goli" Stroessner, de 50 anos, dava como certa sua designação ao posto. Ex-senador pela legenda governista, o Partido Colorado, ele chegara a comemorar via Twitter sua nova função.

Nesta quinta-feira, o chanceler Eladio Loizaga minimizou o caso e disse que nunca houve uma oficialização da candidatura do neto de Stroessner. Segundo o jornal "ABC Color", Loizaga afirmou que o currículo de Alfredo "era um entre vários sob avaliação para o cargo", mas o governo dará preferência a diplomatas de carreira que já atuam na região.

"Em nenhum momento dissemos que Stroessner Domínguez iría à ONU. Trabalharemos para a designação de embaixadores em países da região como Uruguai, Bolívia, Equador e Venezuela", afirmou Loizaga do Panamá, onde acompanha o presidente Horacio Cartes na Cúpula Ibero-americana.

A possibilidade de nomeação do neto de um ditador a um órgão que protege os direitos humanos desagradou a associações de familiares e vítimas da ditadura paraguaia, que entregaram uma carta de repúdio ao chanceler. Durante o regime militar de Stroessner, quase 20 mil pessoas foram torturadas, 59 foram executadas e outras 336 desapareceram, segundo a Comissão de Verdade e Justiça do Paraguai.

"O ex-senador não é responsável direto pelos 34 anos de terror que vivemos, mas pelo menos deveria pedir desculpas públicas em nome do seu avô, devolver bens indevidos ao Estado e dizer onde estão enterrados os presos políticos torturados e assassinados pela polícia de Stroessner", disse o ativista Rogelio Goiburú.

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