O governo paraguaio estuda apresentar um protesto na Organização dos Estados Americanos (OEA) contra o crescente armamentismo na região, no momento em que a vizinha Bolívia planeja fortalecer suas Forças Armadas, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira.
O chanceler paraguaio Héctor Lacognata afirmou que estuda um pedido do presidente do Congresso, Miguel Carrizosa, de recorrer ao organismo regional para debater o tema e em especial o caso da Bolívia, país com o qual o Paraguai compartilha uma extensa e vulnerável fronteira seca.
"É possível que o Paraguai proteste junto à OEA, é uma alternativa. Estamos muito próximos de apresentar essa nota", disse Lacognata a jornalistas.
O governo de Fernando Lugo expressou recentemente sua preocupação com o aumento no gasto militar por parte de vários países da região em reuniões da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e na Organização das Nações Unidas (ONU).
Os chanceleres e ministros da Defesa de Paraguai e Bolívia se reuniam em setembro para esclarecer o alcance de um crédito de 100 milhões de dólares oferecido pela Rússia a La Paz para a compra de material bélico, que causou preocupação em setores políticos paraguaios.
Na reunião, as autoridades bolivianas afirmaram que os fundos não serão utilizados para a compra de armas, e sim de helicópteros para a luta contra o narcotráfico e atividades humanitárias.
Entretanto, o recente anúncio da compra de seis caças chineses voltou a disparar o alarme entre os legisladores paraguaios.
Paraguai e Bolívia assinaram meses atrás um acordo de limites definitivos estabelecidos ao final da Guerra do Chaco, que opôs os dois países entre 1932 e 1935.