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Violência

Paraguai prende mais 2 brasileiros suspeitos de atentado

Robert Acevedo, que foi atingido por dois tiros, recebe a visita do presidente Lugo: violência atinge o poder | Rafael Urzua/Reuters
Robert Acevedo, que foi atingido por dois tiros, recebe a visita do presidente Lugo: violência atinge o poder (Foto: Rafael Urzua/Reuters)

A Polícia Nacional do Paraguai prendeu ontem em Pedro Juan Caballero, fronteira com Ponta Porã (MS), mais dois brasileiros acusados de participação no aten­­tado contra o senador liberal Robert Acevedo. Apontados pelo Ministério do Interior paraguaio como integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), José dos Santos e Manuel dos Santos estavam em um Gol branco a poucos metros da casa de um traficante paraguaio quan­­do foram abordados pelos policiais.

A prisão ocorreu um dia após outros dois brasileiros, Eduardo da Silva, 27 anos, e Marcos Cor­­deiro Pereira, 34 anos, terem sido detidos na cidade fronteiriça, também sob a suspeita de participação no crime. Eles alegam ser inocentes. Contra os dois também pesa a acusação de envolvimento com o PCC.

O atentado ao senador Robert Acevedo, do Partido Liberal Ra­­dical Autêntico (PLRA), ocorreu na tarde de segunda-feira, em uma rua próxima à fronteira com o Brasil. Os criminosos dispararam 30 tiros contra o carro do se­­nador, que foi atingido em um braço, e de raspão, na cabeça, mas passa bem. O motorista e um guarda costa morreram na hora.

Proprietário de uma rádio, Acevedo é conhecido pelas du­­ras críticas aos narcotraficantes que dominam a região de fronteira entre o Paraguai e o Brasil. Em entrevista, ele culpou o narcotráfico pelos ataques. Ontem à noite, o presidente Fer­­nando Lugo visitou Acevedo no hospital.

O Banco Itaú informou ontem que as placas do carro utilizado no atentado contra o senador são clonadas. A placa original pertence a outro veículo financiado pela instituição. A promotora pa­­raguaia Lourdes Pena havia declarado na segunda-feira que o veículo estava em nome do ban­­co e era clonado.

Militarização

Em estado de exceção, Pedro Juan Caballero foi militarizada ontem. No total, 350 soldados foram destacados para atuar na cidade. Por causa da situação tensa, a polícia tem reforçado o número de abordagens nas ruas.

O pedido de militarização foi feito pelo presidente do Con­­gresso paraguaio, senador Mi­­guel Carrizosa.

Para o irmão do senador Ace­­vedo, José Carlos Acevedo, o clima na cidade de Pedro Juan Ca­­ballero, local dos ataques, é de muito medo. "As pessoas comentam na rua, se isso aconteceu com um senador, o que pode acontecer com uma pessoa co­­mum?", disse.

José Carlos também ressaltou a contribuição do governo brasileiro nas investigações do caso. "O Brasil está ajudando muito, as polícias civil e militar, a embaixada em Assunção, todo o esforço que estão fazendo auxilia pa­­ra que o autores materiais e morais deste crime sejam rapidamente encontrados."

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