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Crimes

Paraguai pressiona o Brasil para extraditar supostos guerrilheiros

Anuncio Martí, Victor Colmán (da esquerda para a direita) e Juan Arrom (embaixo): base de ação no Paraná | Fotos: La Nacion
Anuncio Martí, Victor Colmán (da esquerda para a direita) e Juan Arrom (embaixo): base de ação no Paraná (Foto: Fotos: La Nacion)
Veja as acusações contra o Exército do Povo Paraguaio |

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Veja as acusações contra o Exército do Povo Paraguaio

O governo paraguaio pressiona o Brasil para extraditar três paraguaios acusados de sequestro e ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Juan Arrom, Anuncio Mar­­tí e Victor Colmán estariam co­­mandando, do Paraná, o Exército do Povo Paraguaio (EPP), grupo caçado pelo governo do esquerdista Fernando Lugo, que o acusa de inúmeros crimes cometidos a partir de 2001.

Após sua prisão e com o argumento de que teriam sofrido tortura para confessar os crimes, Arrom, Martí e Colmán receberam refúgio político do Brasil, concedido pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).

O Paraguai alega ter provas contundentes da ligação dos três com as Farcs e novas evidências que relacionam o grupo ao se­­questro da esposa de um rico em­­presário em 2002 (leia mais, ao lado) e quer que o Brasil reconsidere a concessão de refúgio. No início do mês, o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai enviou um novo documento ao Conare solicitando a extradição. Até ontem, o Brasil ainda não ha­­via se manifestado sobre o assunto, segundo a chancelaria paraguaia.

No documento, os paraguaios sustentam ter evidências materiais, como a troca de e-mails en­­tre chefes das Farcs e membros do Par­­tido Pátria Livre (PPL), braço político do EPP, dirigido por Ar­­rom e criado em 2002 sob inspiração ideológica de extrema esquerda.

Alguns dos e-mails teriam si­­do localizados no computador de Raul Reyes, um dos líderes das Farcs morto há dois anos durante uma ação do Exército Colom­­biano.

Hoje, o PPL praticamente se desintegrou depois que muitos dos membros migraram para o EPP, segundo a imprensa paraguaia. Mesmo após o refúgio no Brasil, o trio continuaria dando ordens para o EPP agir no país vi­­zinho.

Prisão

Enquanto o impasse com o Brasil não chega ao fim, as investigações sobre o paradeiro dos de­­mais membros do EPP prosseguem no Paraguai. No último sábado, a Polícia Nacional prendeu Alcio Alcides Soria Riveiros, apontado como suposto colaborador logístico do EPP. Ele foi detido em uma rua do distrito de Horqueta, de­­par­­tamento de Con­­cepción, no momento que iria a um campo de futebol.

O comissário chefe do Depar­­tamento da Polícia Nacional em Assunção, Oscar Laroza, diz que Riveiros é acusado de dar apoio logístico ao grupo. "Ele carregava os celulares e providenciava alimentação para o grupo", diz. Riveiros foi levado para Assun­­ção de helicóptero e está detido na penitenciária de Tacumbu. Ele era procurado por suspeita de participação nos sequestros dos fazendeiros Luis Lindstron, em 2008, e Fidel Zavala, no ano passado.

Laroza diz que, há duas semanas, a Polícia Nacional montou 17 barreiras policiais em pontos de entrada e saída de Assunção. A medida foi adotada porque um manual apreendido, que seria do EPP, afirma que o grupo poderá atuar na cidade e promover novos sequestros.

Desde que iniciou sua cruzada contra os guerrilheiros, a polícia paraguaia capturou nove pessoas. Todas, porém, são consideradas integrantes da logística do gru­­po, colaborando com veículos, te­­­­lefones e alimentação.

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