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O Paraguai quer ter liberdade para negociar diretamente no mercado brasileiro a parte da energia de Itaipu que lhe cabe. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (27) pelo vice-ministro das Relações Econômicas e de Integração do Paraguai, Oscar Rodríguez Campuzano. "Queremos negociar Itaipu no mercado brasileiro, mas negociando nós mesmos, diretamente, e não por Furnas", disse o ministro ao sair da VII Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum.

Os paraguaios estão atualmente negociando com o governo brasileiro o reajuste do preço que recebem pela energia de Itaipu. Mas, para o ministro, conseguir a livre disponibilidade da energia de Itaipu é até mais importante que discutir preço.

O Paraguai tem direito à metade da energia da hidrelétrica, mas usa apenas 5%. O restante é revendido no Brasil por meio da estatal Furnas. A energia é revendida a um conjunto de distribuidoras brasileiras que têm cotas compulsórias para a compra da energia da hidrelétrica. "Hoje não participamos da venda. Só recebemos o repasse de recursos que não representa o valor da energia. Queremos negociar diretamente no mercado do Brasil", disse.

Campuzano disse que não vê relações entre a negociação de Itaipu e as ameaças a fazendeiros brasileiros que atuam no Paraguai, os chamados "brasiguaios". "A mim até me surpreende que haja uma relação de Itaipu com os brasiguaios. Não há fundamento relacionar uma coisa com outra", disse. Na semana passada, o Itamaraty chegou a sinalizar que a onda de violência contra os brasiguaios poderia afetar as negociações sobre Itaipu.

O ministro paraguaio afirmou que o problema de distribuição da terra no Paraguai é histórico e não tem relação com os brasileiros. "Os grandes latifúndios não são necessariamente dos brasileiros. O Paraguai não teve uma reforma agrária e isso é uma questão histórica", disse.

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