Um dos principais acordos ambientais do Mercosul relacionado a conservação e aproveitamento sustentável do Aquífero Guarani pode ser quebrado por decisão do Paraguai. Uma audiência pública está marcada para os próximos dias na Câmara dos­­­­ Deputados para discutir­­o documento.

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Preliminarmente, no entanto, a disposição dos deputados e do governo paraguaio é de rejeitar o acordo assinado em 2010 por Bra­­­­sil, Argentina, Uruguai e Pa­­raguai. O presidente da Co­­­­missão de Ecologia da Câ­­­­mara dos Deputados do Pa­­raguai, Cé­­sar López, disse que o documento fere a soberania do país e pediu que ele seja vetado. López revelou que sua posição foi definida após uma reunião com o vice-presidente do Paraguai, Óscar Denis, e com a de ministra de Defesa, Maria Liz Garcia, que também defendem a rejeição do­­ acordo.

Aprovado nesta semana pelo congresso argentino, o acordo quer promover a conservação e o aproveitamento sustentável dos recursos hídricos do aquífero, considerando-o um recurso que ultrapassa as fronteiras e de importância estratégica para o abastecimento de água para a população do quatro países.

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O Aquífero Guarani é o principal manancial de água doce da América do Sul, ocupando uma área de área de 1,2 milhões de quilômetros quadrados do continente, estando localizado nos territórios do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. No Bra­­sil, que detém dois terços do reservatório, o aquífero atravessa oito estados brasileiros: Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O Paraguai fica com a segunda maior parte do aquífero com 30% do total. Somente no Paraná, aproximadamente 170 mil pessoas recebem água do Guarani.

A Sanepar é a maior usuária da reserva subterrânea no estado e explora o local há mais de 50 anos. Geólogos estimam que o aquífero tem capacidade total para atender uma população anual de 360 milhões de pessoas.