O governo do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, reconheceu hoje (28) o Estado da Palestina "livre e independente", dentro das fronteiras de 1967. O Paraguai foi o último dos países que integram o Mercosul a apoiar a causa palestina. O Brasil e o Uruguai saíram na frente em novembro do ano passado, depois veio a Argentina. A reação dos sul-americanos gerou críticas do governo israelense, que não aceita as reivindicações palestinas.
As informações são da Presidência da República do Paraguai. "O Paraguai, fiel à sua tradição de pacifismo, tem apoiado os esforços da comunidade internacional para ajudar a resolver o conflito territorial entre a Palestina e Israel", diz comunicado do Ministério das Relações Exteriores paraguaio.
Em nota divulgada hoje, a Chancelaria do Paraguai informa que confia na retomada das negociações entre israelenses e palestinos. O governo Lugo propõe o reconhecimento do Estado da Palestino como alternativa para alcançar a paz na região.
"O Paraguai reafirma sua convicção de que as negociações bilaterais diretas entre Israel e a Palestina, atualmente paralisadas, são fundamentais para a paz e segurança. Uma resolução aceitável para as partes é a chave para ambos os povos possam viver em paz com seus vizinhos e alcançar a tão desejada estabilidade na região", diz a nota.
Em dezembro de 2010, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Yigal Palmor, criticou o Brasil, a Argentina e o Uruguai por terem reconhecido o Estado da Palestina. Segundo ele, a atitude representa uma "interferência" nas questões de Oriente Médio. De acordo com o porta-voz, o incômodo do governo de Israel seria transmitido aos líderes políticos.
O governo de Israel contesta a reivindicação palestina de controle de toda a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, região conquistada na guerra de 1967 e onde há assentamentos judaicos, que volta e meia geram polêmicas.