Assunção Dezenas de manifestantes exigiram ontem a saída do ministro da Saúde paraguaio, Óscar Martínez, durante um protesto em que criticaram a campanha do governo para conter o surto epidêmico de dengue, que este ano já matou 11 pessoas. "Estamos protestando por causa da ausência de uma política de Estado de combate à epidemia, e exigimos das autoridades resultados a curto prazo", disse Desirée Masi, dirigente da Federação Nacional de Trabalhadores da Saúde, que liderou uma mobilização diante da sede do Ministério da Saúde.
Masi assegurou que Martínez, que exerce o cargo desde junho de 2006, deve renunciar, e argumentou que "não está capacitado para coordenar sequer o que acontece dentro de seu gabinete, e muito menos uma campanha de luta contra uma epidemia".
O dirigente, que preside o Círculo Paraguaio de Médicos, explicou que a Federação apresentou propostas técnicas e científicas para fortalecer as tarefas de combate à doença. "O que fazemos é denunciar e exigir que toda a estratégia seja reorientada. Não há resultados, porque não há uma liderança política aqui, não há capacidade técnica dentro do Ministério", afirmou. "Se há mortes que podem ser evitadas, para nós a luta é um fracasso, e isso as autoridades não podem disfarçar", disse.
O Ministério confirmou hoje que 15.376 pessoas tiveram dengue este ano, e que outras 46 sofreram do tipo hemorrágico da doença, que causou três mortes, ao tempo que a sua forma mais letal, chamada "visceral", matou cinco pessoas.