Edifícios na cidade de San José, capital da Costa Rica| Foto: EFE/Jeffrey Arguedas
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A Costa Rica, historicamente considerada um dos países mais seguros da América Central, tem visto esse cenário mudar com o aumento da atividade de grupos criminosos em seu território, principalmente associados ao narcotráfico.

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Segundo dados oficiais, o país atingiu níveis recordes de violência neste ano, à medida que o governo implementa novas ações para enfrentar as crescentes ameaças à segurança.

O país já ultrapassou o número recorde de homicídios registrado no ano passado, segundo estatísticas do próprio governo: foram registrados 630 até o final de setembro, dois a mais do que o total recorde de 628 em 2022.

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A ONG internacional que denuncia o crime organizado na América Latina, InSight Crime, excluiu das informações casos de eutanásia e negligência profissional, que anteriormente foram acrescidas ao número oficial de homicídios.

Em fevereiro, o presidente Rodrigo Chaves anunciou um pacote milionário de assistência dos Estados Unidos para combater o tráfico de drogas. Meses depois, o Legislativo aumentou o período de prisão preventiva como parte de uma série de reformas contra o crime organizado e, em julho, o governo lançou a Operação Soberania, na qual as autoridades ficaram responsáveis por examinar todos os contêineres que transitassem pelos portos costarriquenhos. No entanto, os esforços ainda não foram capazes de frear a guinada nos casos de violência no país centro-americano.

O diretor-geral da Agência de Investigação Judicial da Costa Rica (OIJ), Randall Zúñiga, afirmou que ainda é projetado um crescimento de casos de violência no final do ano. Na previsão de Zúñiga, é esperado que essa porcentagem chegue de 35 a 40% em um período de 365 dias.

Caso as estimativas se concretizem, a taxa de homicídios da Costa Rica ultrapassaria os 17 por 100 mil, superando a taxa de homicídios do ano passado, de 12,2 por 100 mil, e colocando o país entre os mais violentos da região. Em 2019, o Índice Global da Paz, um ranking elaborado pela revista The Economist em parceria com a Universidade de Sydney, na Austrália, apontou que o país era o mais seguro da América Central e Caribe.

De acordo com a InSight Crime, os grandes responsáveis pelo aumento da violência no país são o tráfico de drogas e o crime organizado, que impulsionaram a taxa recorde de homicídios, à medida que grupos criminosos lutam por territórios para venda e transporte de drogas na região.

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A Costa Rica se tornou um "trampolim" para a cocaína colombiana a caminho dos Estados Unidos e da Europa. Os dados oficiais estimam que as apreensões aumentaram 56% em 2020 e permaneceram elevadas nos anos seguintes.

Um fenômeno semelhante ao da Costa Rica ocorreu no Equador nos últimos anos, outro país considerado pacífico que se viu dominado pela influência dos cartéis de drogas e agora enfrenta uma batalha de segurança, marcada pela violência, assassinatos e a influência devastadora do crime organizado.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]