A paralisação parcial do governo dos Estados Unidos se equiparou neste sábado ao mais longo na história moderna do país, que até então era o impasse de 21 dias durante a presidência do democrata Bill Clinton.
Sem qualquer solução à vista, o atual shutdown adentrou o seu 22º dia na manhã de hoje, e, ao fim deste sábado, se tornará o mais duradouro da história, eclipsando o fechamento da máquina pública federal que se estendeu de 16 de dezembro de 1995 até 6 de janeiro de 1996.
O presidente Donald Trump e o Congresso estão sob um impasse por semanas em torno da exigência do mandatário por verba orçamentária para construir um muro na fronteira com o México. Ele demanda US$ 5,7 bilhões para a obra como condição para sancionar um projeto de lei orçamentária e, assim, reabrir as divisões do governo que estão congeladas, condição rejeitada por líderes do Partido Democrata.
Ontem, Trump se mostrou vacilante sobre se declararia de fato uma emergência nacional na divisa sulista para contornar o Legislativo e construir a barreira. Sem trajetória clara à frente, o presidente havia dito no início da semana que faria isso, realocando verba de outros departamentos para erguer o muro sem precisar de aprovação do Congresso. Essa medida poderia pavimentar o caminho para encerrar a paralisação, mas ao mesmo tempo provocar uma disputa legal.
Mas nesta sexta-feira o nº 1 da Casa Branca disse que não está considerando declarar emergência nacional no momento. "Não farei isso tão rapidamente."
Enquanto isso, centenas de milhares de servidores públicos federais ficaram sem pagamento ontem, que teria sido a data para receber os vencimentos, aumentando a pressão sobre legisladores e o Executivo para encerrar o shutdown.
Em meio a negociações mal sucedidas, a equipe do Escritório da Casa Branca para Gestão e Orçamento estão conduzindo preparações burocráticas para uma continuação da paralisação até o fim de fevereiro, de acordo com funcionários do governo que foram informados sobre os planos.