Grupo de pessoas que deixaram o Sudão chega ao aeroporto de Eindhoven, na Holanda: FAR anunciou unilateralmente continuidade da trégua e acusou governo de violação dos compromissos anteriores| Foto: EFE/EPA/ROB ENGELAAR
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O grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) anunciou neste domingo (30), unilateralmente, uma nova prorrogação de 72 horas do cessar-fogo que expiraria à meia-noite local (19h de Brasília), a fim de facilitar a abertura de corredores humanitários e a retirada de civis diante dos combates.

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“Em resposta aos apelos internacionais, regionais e locais, anunciamos a extensão da trégua humanitária por 72 horas, a partir da meia-noite”, disseram as FAR em um comunicado publicado no Twitter.

Essa nova prorrogação, a terceira de 72 horas desde que a primeira foi anunciada, no último dia 24, tem como objetivo “abrir corredores humanitários e facilitar o movimento de cidadãos e residentes, permitindo que eles atendam às suas necessidades e cheguem a áreas seguras”, de acordo com os paramilitares.

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O Exército sudanês ainda não se pronunciou, embora tenha enviado um enviado especial à Arábia Saudita em meio aos esforços de mediação do reino árabe para interromper os combates.

Nesse sentido, as FAR alegaram ter “estrito compromisso” com o fim das hostilidades e acusaram as Forças Armadas de “violar continuamente” armistícios anteriores com ataques a posições paramilitares.

Até o momento, todas as tréguas anunciadas foram violadas, embora tenham servido para reduzir a intensidade dos combates em áreas com a maior concentração de civis.

Os combates no Sudão eclodiram no último dia 15, em meio a tensões sobre o processo de reforma do Exército e a integração de paramilitares às forças regulares, dentro de um processo político para recolocar o país em um caminho democrático após o golpe de Estado de 2021.

O conflito, que já deixou 528 mortos e mais de 4,5 mil feridos, de acordo com o Ministério da Saúde sudanês, fez com que a maioria dos hospitais nas áreas de confrontos ficasse sem funcionar.

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Além disso, provocou uma escassez aguda de produtos básicos, levou dezenas de milhares de pessoas a deixar suas casas e, de acordo com a ONU, fez com que mais de 50 mil sudaneses buscassem refúgio em países vizinhos.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]