Entre os 79 brasileiros que estão no Nepal, de acordo com registros do Itamaraty, um grupo de 20 turistas, a maioria paranaense, almoçava na base do monte Annapurna quando sentiu o tremor, no último sábado. Viram pedras rolando e árvores caindo. Na volta ao hotel, paredes desabadas e o sentimento de insegurança obrigaram a procurar abrigo numa cidade maior, Pokhara. “Não estávamos nos sentindo seguros. Agora estamos preparados para uma retirada a qualquer momento. Temos nosso passaporte, dinheiro e lanternas junto ao corpo. Operação de guerra mesmo”, contou à imprensa Ana Wanke, dona da empresa de turismo aventureiro que organiza viagens de trekking no Nepal, sediada em Curitiba.
“Graças a Deus eles tinham terminado o período de 5 a 8 horas diárias de caminhadas, quando ficaram dez dias sem contato conosco”, contou à Gazeta do Povo a mulher de um dos trilheiros, Eliane Morgenstern, que não viajou. Ela conseguiu contato com o marido, Mauro Morgenstern, por WhatsApp, na manhã de sábado. “A orientação da embaixada foi para que eles fiquem dois dias em Pokhara esperando, porque as estradas estão comprometidas e o aeroporto de Katmandu, um caos.” Isso porque não há feridos entre o grupo e há água e comida disponíveis.
Na mesma cidade onde o grupo se refugiou está o paranaense de Colombo Diego Antônio de Souza, de 28 anos. A família passou por um período de angústia ao longo do sábado até entrar em contato com ele.
Primeiro, conseguiram falar por telefone com um colega de trabalho do rapaz. “Mas a gente queria escutar a voz dele”, conta o pai, Antônio de Souza Filho. Ainda antes de falar com Diego, a família conseguiu linha com o Itamaraty em Brasília, depois de passar o dia tentando a sorte no telefone disponibilizado pelo Ministério, e soube que não havia mortos ou feridos brasileiros na tragédia. Quando finalmente falou com o filho, Antônio respirou um pouco mais aliviado. “Graças a Deus ele disse que teve só um tremor, não afetou muito a estrada.”