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Ativistas e familiares dos reféns do Hamas na Faixa de Gaza invadiram nesta quarta-feira (3) a galeria de convidados do Knesset (Parlamento israelense) como forma de protesto e jogaram tinta amarela – cor que representa as pessoas ainda mantidas em cativeiro no enclave palestino – contra os vidros das janelas.
As forças de segurança chegaram rapidamente para impedir que os manifestantes continuassem com o protesto no local, o que desencadeou uma grande confusão e alguns conflitos menores.
Nas imagens, publicadas pelo próprio Knesset em sua conta na rede social X, também é possível ver como parte da oposição ao governo de Benjamin Netanyahu levanta os braços em demonstração de apoio ao protesto.
Não é a primeira vez que os familiares dos reféns vão ao Parlamento, mas dessa vez a situação foi especialmente tensa porque o governo israelense ainda não fechou um acordo com o Hamas para libertar as 130 pessoas raptadas após quase seis meses de guerra.
A raiva e a agitação também foram transferidas para as ruas, com manifestações massivas tanto em Tel Aviv como em Jerusalém, onde no domingo (31) cerca de 100 mil pessoas se organizaram em um acampamento em frente ao Parlamento para exigir a renúncia do governo e eleições antecipadas.
Trata-se do maior protesto contra o governo desde 7 de outubro do ano passado. Nesta terça (2), no terceiro dia da manifestação antigovernamental, os manifestantes tentaram romper as barricadas policiais para chegar à residência de Netanyahu.
A Polícia de Israel descreveu a tentativa dos participantes como um “motim desenfreado”. No total, cinco pessoas foram presas e já liberadas.
Um policial foi internado no hospital devido a um ferimento sofrido quando um manifestante jogou uma cerca contra ele, segundo o jornal israelense Times of Israel.
Parte da sociedade israelense considera que Netanyahu está colocando sua sobrevivência política à frente do regresso dos reféns, prolongando a ofensiva na Faixa de Gaza para não ter de enfrentar processos de corrupção pendentes ou novas eleições.