O governo francês adotou, a partir desta segunda-feira (17), restrições ao tráfego de veículos em Paris e seus arredores, uma medida inédita em quase duas décadas, como forma de combater os altos níveis de poluição atmosférica que atingem a cidade.
Num esforço para diminuir os níveis de partículas finas em suspensão que bateram um recorde histórico na capital francesa, as autoridades anunciaram, desde a última quinta-feira, a gratuidade temporária dos transportes públicos, como forma de incentivar as pessoas a deixarem seus carros em casa.
O rodízio de carros - que ocorrerá segundo o número da placa, par ou impar ,de acordo com o dia da semana - entrará em vigor em Paris e mais 22 cidades vizinhas a partir das 5h30 locais (1h30, horário de Brasília) de segunda-feira.
Cerca de 700 policiais serão convocados para garantir que apenas veículos e motocicletas com matrículas que terminam em números impares transitem.
Os carros elétricos e híbridos estão isentos da proibição, assim como qualquer veículo que transporte um número mínimo de três passageiros.
Além disso, a prefeitura de Paris anunciou que o estacionamento será gratuito para os carros com números pares e incentivou o uso de caronas.
As autoridades decidirão na segunda-feira sobre a possível prolongação destas medidas, conforme os resultados obtidos.
O atual episódio de contaminação que afeta a capital francesa há quase uma semana se viu favorecido por condições climáticas anti-ciclônicas e a sucessão de noites frias e dias amenos que impedem a dispersão das partículas.
São Paulo
Na sexta-feira, a Associação de Vigilância da Qualidade do Ar de Paris informou que chegou a 95 microgramas o índice de partículas finas PM10. O material é gerado pela queima de combustíveis fósseis.
Os números são maiores que os 80 microgramas considerados saudáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Além desse limite, a população pode ter tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, no nariz e na garganta.
O índice registrado em Paris é maior que o dobro dos 42 microgramas registrados no mesmo dia em São Paulo, mas menos que os 162 de Pequim, uma das cidades mais poluídas do mundo.
Para os meteorologistas, os dias mais quentes que o normal para o inverno seguidos de noites frias pioraram a poluição.
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