A justiça francesa aprovou ontem a extradição ao Panamá do ex-ditador Manuel Antonio Noriega, 22 anos depois de ter sido derrubado pelos Estados Unidos.
"A corte notifica a Manuel Antonio Noriega sua extradição ao Panamá", anunciou a sala de instrução que examinou o segundo pedido de extradição do ex-ditador apresentado pelo governo panamenho.
Na audiência, o ex-ditador pediu para retornar ao Panamá "sem ódios e sem rancor". "Meu propósito é retornar ao Panamá e demonstrar minha inocência, pois aconteceram julgamentos na minha ausência, sem assistência jurídica", declarou.
O Panamá pediu à França a extradição de Noriega, de 77 anos, para que cumpra três penas de prisão, de 20 anos cada, pelo assassinato de três opositores nos anos 80.
Um juiz francês concedeu em setembro a liberdade condicional a Noriega por ter cumprido mais da metade da condenação francesa, levando em consideração o ano e meio que estava detido no país e os dois anos e meio que permaneceu detido nos EUA à espera da extradição a Paris. Noriega, no entanto, permaneceu na prisão à espera da extradição.
Condecoração
Líder do Panamá nos anos 80, foi condecorado na França com a Legião de Honra e derrubado pelos EUA, acusado de narcotráfico. O ex-agente da CIA ligado a Pablo Escobar e Fidel Castro, era considerado um militar sem escrúpulos. Foi extraditado dos EUA para França no dia 26 de abril de 2010, após passar 21 anos preso em Miami por tráfico de drogas.
Na França, foi sentenciado a sete anos de prisão pela lavagem de três milhões de dólares em bancos franceses. Com dificuldades para andar e vários problemas de saúde, afirmou várias vezes que desejava voltar para seu país.