Paris A guerra declarada pela União Européia (UE) contra o fumo prossegue. O front é móvel: aqui, um avanço dos antitabagistas, ali, o cigarro resiste. Às vezes ele marca pontos. Dois países fazem corpo mole para aplicar as diretrizes contra o fumo na UE: a Alemanha e a França.
Entre os países que, ao contrário, estão reduzindo o consumo de tabaco estão os nórdicos, conhecidos por sua higiene e seu civismo. E também, surpreendentemente, a Itália.
Na França, um longo caminho foi percorrido com a lei Evin, de 20 anos atrás, que previa que os restaurantes acomodassem os fumantes numa zona reservada. Mas essa regra não é muito observada. Afora disso, o governo de Dominique de Villepin imaginou uma medida drástica: proibir o fumo em todos os espaços públicos. Villepin via nessa ofensiva impetuosa um meio de se recuperar depois da humilhante derrota que sofreu recentemente quando tentou reformar o código do trabalho. Mas fugiu do campo de batalha desde os primeiros tiros de canhão do lobby do tabaco.
O caso da Alemanha é diferente. Este país sempre rejeitou se engajar no combate ao fumo. Enquanto a maior parte da Europa persegue os fumantes, na Alemanha o fumante é uma espécie "protegida". Ali se fuma à vontade. Os bares estão equipados com máquinas automáticas de cigarros.
Outros países
Espanha, Hungria, Itália e República Checa, mesmo limitando a publicidade de tabaco, mantêm ressalvas a favor do "patrocínio de eventos pelos fabricantes de cigarros." Por outro lado, ao longo dos anos, o número de proibições decretadas pelos governos ou pela União Européia em nome da saúde se multiplicou de maneira vertiginosa, reduzindo as liberdades individuais. O problema ressurge como nos Estados Unidos, onde há inclusive manifestações de fumantes em locais públicos.