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Ali Vakili Rad - condenado por assassinar em 1991 Shahpour Bakhtiar, o último primeiro-ministro do Irã durante o domínio do xá - foi libertado hoje na França e retornou à sua pátria, onde agora é considerado um herói. A libertação alimentou suspeitas de que tenha havido um acordo de troca de prisioneiros entre os dois países, já que o Irã libertou recentemente a professora francesa Clotilde Reiss, de 24 anos, presa no país persa desde julho, acusada de espionagem.

Vakili Rad foi deportado para Teerã após sair de uma prisão em Poissy, nas proximidades de Paris. Foi escoltado por uma caravana de três carros e levado ao Aeroporto de Orly, na capital francesa. As leis da França autorizaram sua libertação antecipada, informou hoje a promotoria em Paris. Ele foi o segundo iraniano libertado pelas cortes francesas em menos de duas semanas.

Funcionários franceses rechaçaram a existência de um pacto entre Paris e Teerã para obter a libertação de Clotilde Reiss, que havia sido sentenciada no Irã a dez anos de prisão. "Nunca seguimos a lógica de um acordo", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês Bernard Valero. Quando essas perguntas são feitas, disse ele, isso significa que "alguém tem dúvidas sobre a independência do sistema judicial francês".

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, comemorou a libertação de Vakili Rad, após vários anos. Ali Vakili Rad é considerado um herói pelos dirigentes iranianos por ter assassinado aquele que era considerado um dirigente contrarrevolucionário. A promotoria francesa disse hoje, em comunicado, que ordenou a saída de Vakili Rad da prisão porque ele pediu para ser enviado ao Irã caso fosse libertado.

Shahpour Bakhtiar, um respeitado político, foi o último primeiro-ministro na era do xá Mohammed Reza Pahlevi, derrubado na Revolução Islâmica de 1979. Bakhtiar havia fugido para a França. Em 1994, Vakili Rad foi condenado pela morte de Bakhtiar que então tinha 76 anos, e sentenciado à prisão perpétua.

Durante o julgamento, os advogados que representavam o Estado afirmaram que o Irã estava por trás da matança. As leis francesas permitem a expulsão de estrangeiros que não têm laços com o país, assim que sejam libertados.

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