Paris tenta conter distúrbios de rua

Paris (EFE) — O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, se comprometeu ontem a aplicar "firmeza" como linha de atuação no caso dos distúrbios de rua que há dias atingem cidades da periferia norte de Paris. A sessão de controle ao governo esteve concentrada em grande parte nesses incidentes, em que jovens radicais de cidades próximas entram em confronto com a polícia. Já foram detidos dezenas de manifestantes e centenas de veículos foram incendiados – 250 apenas na noite de terça-feira.

Villepin foi interpelado em várias ocasiões por parlamentares da oposição para falar sobre a morte de dois adolescentes em Clichy-sous-Bois, eletrocutados ao, supostamente, tentarem se esconder da polícia em um transformador elétrico, originando os distúrbios. "Que todo o mundo saiba que a lei é aplicada em todo o país. A Justiça e a segurança são básicas", disse Villepin, que assegurou que há anos alguns bairros nas grandes cidades vivem com problemas como a violência, o tráfico de drogas e a marginalidade".

A resposta a essa situação é, por um lado, a mobilização na luta contra qualquer tipo de delinqüência, mas "não há uma solução fácil", disse. Por outro lado, a estratégia passa pela "humanidade", avaliou Villepin, para quem é preciso combater a situação com firmeza".

O primeiro-ministro, que cancelou uma visita que faria ao Canadá por conta dos distúrbios, lembrou ainda medidas adotadas recentemente por seu gabinete em favor de moradias dignas e acessíveis e pelo emprego, especialmente dirigidas aos jovens. "Os mais frágeis são as principais vítimas da violência", disse o primeiro-ministro francês.