Os parlamentares britânicos voltaram mais cedo de um recesso de Páscoa nesta quarta-feira (10) para homenagear a ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, em meio às preparações para um funeral repleto de cerimônias militares e que até agora tem criado problemas relacionados à segurança.
O premiê britânico, David Cameron, homenageou Thatcher em uma sessão especial na Câmara dos Comuns, convocada após a morte da ex-líder na segunda-feira, aos 87 anos. Essas sessões são comuns para a homenagem de ex-premiês, mas costumam ser breves. No entanto, mais de sete horas foram reservadas para Thatcher, o que reflete seu status como uma das principais figuras políticas do Reino Unido, e cujo legado ainda provoca debates intensos.
Em meio aos tributos, alguns parlamentares do Partido Trabalhista de oposição provavelmente vão destacar os efeitos negativos das políticas econômicas de livre mercado, como o desemprego e a falência de indústrias. Diversos esquerdistas avisaram que não vão compareceriam à sessão, incluindo o ex-ministro de Moradias John Healey, que disse que "o legado de Thatcher é muito amargo para provocar comoção nacional".
As divisões relacionadas ao histórico de Thatcher provocaram um debate sobre os gastos públicos com seu funeral, que será realizado em 17 de abril na Catedral de St. Paul e do qual participará a Rainha Elizabeth II e representantes de todo o mundo. O único funeral de um ex-primeiro-ministro que contou com a presença da rainha até hoje foi o do líder britânico na Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill, em 1965.
A família de Thatcher está pagando parte dos custos do funeral, mas outra porção será paga pelo Estado. Os contribuintes também terão de pagar a interrupção das férias dos parlamentares, que podem alegar despesas de até 3.700 libras esterlinas (US$ 5.750 00) relacionadas à viagem.
Milhares de pessoas devem se reunir para ver o caixão de Thatcher ser levado do Parlamento para a catedral na semana que vem. As informações são da Associated Press.