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Venezuela

Parlamentares de oito países querem levar Maduro para o tribunal de Haia

Maduro cumprimenta multidão de simpatizantes depois de se reunir com a oposição | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Maduro cumprimenta multidão de simpatizantes depois de se reunir com a oposição (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Parlamentares de oito países latino-americanos preparam uma denúncia contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda.

Até ontem, o documento havia sido assinado por 198 deputados da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Peru e Uruguai, afirmando que Maduro cometeu crimes contra a humanidade.

"Esperamos que parlamentares da Espanha, da Europa e de outros países do mundo se unam a essa causa", disse a deputada peruana Cecilia Chacón, acompanhada dos colegas Adrián Oliva, da Bolívia, e Cornelia Schmidt, da Argentina, todos da oposição conservadora aos respectivos governos.

A denúncia foi apresentada em Haia na última segunda-feira. O documento afirma que crimes contra a humanidade, como "torturas, assassinatos, prisões e perseguição contra a população civil", foram empreendidos pelo governo venezuelano nos últimos dois meses, período em que Caracas e outras regiões do país foram marcadas por protestos contra Maduro.

De acordo com o boliviano Adrían Oliva, entre os políticos que assinaram o documento está o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Na semana passada, Ferraço presidiu uma audiência com a líder opositora venezuelana María Corina Machado, que denunciou as violações em seu país.

"Não é um problema político, mas de direitos humanos. Para evitar que seja considerada partidária, tomou-se a decisão de que ela não seja anunciada por parlamentares da Venezuela", disse Oliva.

A denúncia dos parlamentares, porém, não representa uma abertura de processo no TPI contra Maduro, que só pode acontecer por decisão da procuradora-geral Fatou Bensouda.

Ao menos 39 pessoas morreram desde o início dos protestos na Venezuela. Na terça-feira, sob mediação da Unasul, o governo venezuelano e a Mesa de Unidade Democrática, principal representante da oposição, decidiram abrir diálogo para pôr fim à crise. No entanto, há setores da oposição – como o partido de Leopoldo López, o Vontade Popular – que rejeitam a negociação.

Sim

O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, garantiu ontem que participará hoje do diálogo com o governo venezuelano e pediu que os venezuelanos vejam a transmissão em cadeia de rádio e televisão, porque, segundo disse, o palácio presidencial "tremerá". "Vou defender a verdade", disse Capriles.

Mediador

O presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, Diego Padrón, disse ontem que o governo Maduro não fez nenhuma solicitação formal ao Vaticano para que a Santa Sé atue como mediadora no diálogo proposto para aliviar a crise política no país.

"[Ainda] não se pode dizer nada concreto", disse Padrón.

Não

O partido Vontade Popular, de Leopoldo López (detido desde fevereiro), rejeitou o diálogo entre o governo e a oposição por considerar que não há condições para tanto. "O regime só propõe um show político utilizando os chanceleres da Unasul como interlocutores", afirmou, em comunicado.

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