Resposta
"Não tenho nada que negociar com ninguém", diz presidente, no rádio
Efe
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que não vai participar de pactos e que "está governando" seu país, ao responder as recomendações feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu ao venezuelano que convocasse um governo de coalizão para reduzir a tensão política e se dedicasse inteiramente a governar.
"Concordo totalmente com Lula e é o que estamos fazendo: governando, mesmo com os protestos, não deixamos de governar nem um segundo", disse Maduro durante seu programa semanal de rádio.
O chefe de Estado afirmou que seu governo considera Lula como "um pai da esquerda", um "querido companheiro" e que tem certeza de que o ex-presidente brasileiro está pedindo que a Venezuela estabeleça "uma grande coalizão para governar com o povo, com as forças patrióticas, progressistas".
Além disso, Maduro afirmou que "não há na Venezuela uma negociação" e que "nunca" participará de uma negociação.
"Não tenho nada que negociar com ninguém. Nem negociação, nem pacto. Aqui, o que há é um debate, diálogo, que é diferente de uma negociação e de um pacto", declarou, após indicar que "existe uma revolução" e uma coalizão de partidos de esquerda, movimentos sindicais, operários, camponeses e de "diversos gêneros" na Venezuela.
Em um diálogo com blogueiros, Lula disse que "Maduro deveria tentar diminuir o debate político para se dedicar inteiramente a governar, estabelecer uma política de coalizão, construir um programa mínimo e diminuir a tensão".
12 de fevereiro foi quando começaram os protestos contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela. Algumas manifestações acabaram em incidentes violentos, com um saldo de 39 mortos e centenas de feridos.
Parlamentares de oito países latino-americanos preparam uma denúncia contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda.
Até ontem, o documento havia sido assinado por 198 deputados da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Peru e Uruguai, afirmando que Maduro cometeu crimes contra a humanidade.
"Esperamos que parlamentares da Espanha, da Europa e de outros países do mundo se unam a essa causa", disse a deputada peruana Cecilia Chacón, acompanhada dos colegas Adrián Oliva, da Bolívia, e Cornelia Schmidt, da Argentina, todos da oposição conservadora aos respectivos governos.
A denúncia foi apresentada em Haia na última segunda-feira. O documento afirma que crimes contra a humanidade, como "torturas, assassinatos, prisões e perseguição contra a população civil", foram empreendidos pelo governo venezuelano nos últimos dois meses, período em que Caracas e outras regiões do país foram marcadas por protestos contra Maduro.
De acordo com o boliviano Adrían Oliva, entre os políticos que assinaram o documento está o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro, Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Na semana passada, Ferraço presidiu uma audiência com a líder opositora venezuelana María Corina Machado, que denunciou as violações em seu país.
"Não é um problema político, mas de direitos humanos. Para evitar que seja considerada partidária, tomou-se a decisão de que ela não seja anunciada por parlamentares da Venezuela", disse Oliva.
A denúncia dos parlamentares, porém, não representa uma abertura de processo no TPI contra Maduro, que só pode acontecer por decisão da procuradora-geral Fatou Bensouda.
Ao menos 39 pessoas morreram desde o início dos protestos na Venezuela. Na terça-feira, sob mediação da Unasul, o governo venezuelano e a Mesa de Unidade Democrática, principal representante da oposição, decidiram abrir diálogo para pôr fim à crise. No entanto, há setores da oposição como o partido de Leopoldo López, o Vontade Popular que rejeitam a negociação.
Sim
O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, garantiu ontem que participará hoje do diálogo com o governo venezuelano e pediu que os venezuelanos vejam a transmissão em cadeia de rádio e televisão, porque, segundo disse, o palácio presidencial "tremerá". "Vou defender a verdade", disse Capriles.
Mediador
O presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, Diego Padrón, disse ontem que o governo Maduro não fez nenhuma solicitação formal ao Vaticano para que a Santa Sé atue como mediadora no diálogo proposto para aliviar a crise política no país.
"[Ainda] não se pode dizer nada concreto", disse Padrón.
Não
O partido Vontade Popular, de Leopoldo López (detido desde fevereiro), rejeitou o diálogo entre o governo e a oposição por considerar que não há condições para tanto. "O regime só propõe um show político utilizando os chanceleres da Unasul como interlocutores", afirmou, em comunicado.
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