Parlamentares da Espanha, Argentina, Colômbia e Equador denunciaram nesta sexta-feira (26) que foram impedidos pelo regime do ditador Nicolás Maduro de entrar na Venezuela para fazer observação da eleição presidencial do próximo domingo (28), tarefa para a qual haviam sido convidados pela oposição ao chavismo.
No X, Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular (PP), legenda conservadora da Espanha, informou que dez deputados, senadores e eurodeputados do partido foram retidos no aeroporto de Caracas pelo regime de Maduro.
“Exijo a sua libertação imediata e que o governo da Espanha forneça os meios necessários para esse fim”, escreveu Feijóo.
“Os democratas venezuelanos reconhecem que estamos ao seu lado, apesar das ameaças, para expor a tirania de Maduro ao mundo. É o regime que tem medo: sabe que o espírito democrático do povo venezuelano é imparável”, acrescentou o líder do PP.
Alejandro Bongiovanni, deputado da Argentina, escreveu na mesma rede social que estava sendo deportado. “Me colocaram em um voo para o Panamá que está prestes a decolar. Valeu a tentativa. Domingo será histórico. Até o fim, Venezuela”, disse o parlamentar, que é do partido Proposta Republicana, do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019).
A senadora colombiana Angélica Lozano Correa também informou que foi deportada da Venezuela.
“Retiveram nossos passaportes por mais de uma hora, não nos deixaram usar o telefone para falar com o embaixador [colombiano] e nos colocaram em um avião de volta para o qual não compramos passagem”, relatou.
“As pessoas choram pelo sonho do retorno da democracia. Não há mal que dure cem anos e neste domingo este regime miserável tem que acabar”, escreveu Correa no X.
Anita Galarza, deputada do Equador, relatou que foi retida no setor de Imigração do aeroporto de Caracas e deportada.
“Agora vivemos na carne a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela, e hoje mais do que nunca prevemos novos tempos de mudança para o nosso país irmão e apoiamos com mais força María Corina Machado e Edmundo González, sabemos que eles vão ganhar por uma Venezuela livre”, escreveu, citando a líder oposicionista vetada pelo chavismo de participar da eleição presidencial e seu substituto, que está à frente nas pesquisas.
Mais cedo, políticos do grupo de ex-presidentes ibero-americanos Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea) haviam sido impedidos de voar do Panamá para a Venezuela também para monitorar o processo eleitoral de domingo.