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Pavel Durov

Parlamentares russos exigem libertação de criador do Telegram, preso na França

Criador do Telegram é acusado de não moderar adequadamente o conteúdo no aplicativo e de não cooperar com investigações em curso sobre crimes como fraude, tráfico de drogas e ciberassédio.
Criador do Telegram é acusado de não moderar adequadamente o conteúdo no aplicativo e de não cooperar com investigações em curso sobre crimes como fraude, tráfico de drogas e ciberassédio. (Foto: Ian Langsdon/EFE)

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Parlamentares russos alegam motivação política e exigem a libertação de Pavel Durov, criador do Telegram preso neste sábado (24) no aeroporto de Le Bourget, próximo a Paris. Durov, que tem cidadania russa, francesa e dos Emirados Árabes, foi preso quando descia de seu avião particular.

Segundo fontes ouvidas pela imprensa do Azerbaijão, país de onde Durov decolou antes de ser preso, o criador do Telegram passou três semanas no entorno do Mar Cáspio. O período coincide com uma visita do líder russo Vladimir Putin à mesma região.

A ordem de prisão foi emitida pelo Escritório para Menores (OFMIN) da Direção Nacional de Investigação Criminal da França, com base em uma investigação preliminar. Durov é acusado de não moderar adequadamente o conteúdo no Telegram e de não cooperar com investigações em curso sobre crimes como fraude, tráfico de drogas e ciberassédio, todos relacionados ao uso do aplicativo.

Criador do Telegram foi vítima de prisão política, alegam políticos russos

A prisão motivou uma série de manifestações por parte de deputados e senadores russos. Um dos que publicou um pedido expresso de liberdade para Durov foi Vladislav Davankov, vice-presidente da Duma (câmara baixa da Assembleia Federal).

“Agora ele deve ser liberado (da prisão). Peço ao ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, que peça às autoridades francesas que libertem Pavel Durov. Dificilmente alguém fez mais pelo desenvolvimento de serviços digitais na Rússia e no mundo”, disse em seu canal no Telegram.

Para Davankov, a prisão de Durov foi motivada por questões políticas, e terá como consequência a busca de dados confidenciais dos usuários da rede social. A opinião é semelhante à de Andrey Svintsov, vice-chefe do Comitê de Política de Informação da Duma.

“Durov é vítima de uma decisão do governo global ocidental, que quer controlar praticamente todos os recursos de informação do mundo. Não acho que será possível libertá-lo em breve. Acho que ele ficará sob custódia por vários anos”, previu.

Andrey Klishas, chefe do Comitê Constitucional do Senado da Rússia, ironizou o fato de a França continuar sua luta pela “liberdade de expressão” e pelos “valores europeus”. Já Aleksey Pushkov, chefe do Comitê de Política Informativa do Senado, mandou um alerta para o proprietário do X. “A ditadura liberal não apoia os individualistas que aspiram à liberdade e seguem outras regras. Elon Musk, prepare-se”, comentou.

Yekaterina Mizulina, chefe da Liga para uma Internet Segura e conhecida por seu apoio à repressão de qualquer indício de dissidência na internet, acusou os Estados Unidos de estarem por trás da prisão de Durov.

O ex-presidente russo Dmitry Medvedev disse que, para os inimigos de Moscou, Durov “é russo e, portanto, imprevisível e perigoso”.

Por que Durov foi preso?

O sistema judiciário francês argumenta que a falta de moderação no Telegram e a falta de cooperação de Durov com as autoridades, juntamente com as ferramentas que a plataforma oferece, como números descartáveis e criptografia, o tornam cúmplice de crimes como tráfico de drogas, pedofilia e fraude.

Espera-se que o cofundador do Telegram compareça perante um juiz de instrução para enfrentar acusações que incluem terrorismo, tráfico de drogas, cumplicidade, fraude, lavagem de dinheiro e distribuição de conteúdo pedófilo, entre outras acusações.

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