Parlamentares fizeram um minuto de silêncio em razão dos incidente na Geórgia: resoluções podem fortalecer a posição do presidente Medvedev| Foto: Alexander Natruskin / Reuters

A Câmara de Deputados e o Senado da Rússia pediram, nesta segunda-feira (25), que o presidente russo, Dmitry Medvedev, reconheça a independência da Ossétia do Sul e da Abkásia, províncias separatistas da Geórgia que declararam sua autonomia de forma unilateral no início dos anos 1990. Os 130 membros do Conselho da Federação, câmara alta do Parlamento, e os 447 deputados da Duma aprovaram a medida por unanimidade, em votações separadas. A decisão final cabe ao presidente, mas a medida eleva a tensão com o país vizinho, com quem a Rússia entrou em guerra no último dia 8. O vice-ministro georgiano de Relações Exteriores, Giga Bokeria, reagiu, afirmando que, se aceito pelo presidente russo, o pedido dos parlamentares será uma violação da legislação internacional.

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Deputados russos classificaram como "agressão bárbara" a ofensiva da Geórgia na Ossétia do Sul, que provocou o conflito armado entre os dois países, resultando em mais de dois mil mortos e 150 mil refugiados.

"Este reconhecimento cria os fundamentos para garantir a segurança e a defesa de seus povos (da Ossétia do Sul e da Abkásia) das ameaças exteriores e para fortalecer a paz internacional e a estabilidade regional", informa um comunicado da Câmara baixa do Parlamento russo.

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O documento pede também o estabelecimento urgente de diálogos com os governos das duas repúblicas separatistas. De acordo com a Duma, não há possibilidade de que a Geórgia restabeleça sua integridade territorial pela via política, e "essa nova realidade, cedo ou tarde, será reconhecida por toda a comunidade internacional".

- Hoje (25), se produziu um feito histórico - disse o presidente do Senado, Serguéi Mirónov, acrescentando que a resolução aprovada na Câmara Alta seria enviada ao Kremlim imediatamente. - Está claro que depois da agressão da Geórgia contra a Ossétia do Sul as relações entre Geórgia e Ossétia do Sul e entre Geórgia e Abkásia não podem retornar a seu estado anterior.

O governo russo vem sendo pressionado por potências ocidentais a retirar os cerca de 10 mil soldados que enviou par a Geórgia após uma ofensiva do país contra a Ossétia do Sul. Apesar de ter assinado um acordo de cessar-fogo, firmado também pelo governo georgiano, a Rússia já afirmou que manterá postos de controle e forças de paz na ex-república soviética, rota importante para o transporte de petróleo e gás.

Além de pedirem o reconhecimento da independência dos dois territórios separatistas, os parlamentares russos também defenderam, nesta segunda, as ações do país na Geórgia. As resoluções aprovadas por unanimidade pelos parlamentares podem fortalecer a posição do presidente russo, que já havia apoiado a independência das duas províncias georgianas.

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