O parlamento afegão aprovou hoje um voto de não confiança contra os ministros da Defesa e do Interior, o que pode gerar mais complicações para o aparato de segurança do país em meio à retirada das tropas estrangeiras. A votação exigiu a saída de dois elementos-chave das forças de segurança do presidente Hamid Karzai: o ministro da Defesa, Abdul Rahim Wardak, um dos homens de confiança de Washington entre as autoridades afegãs, e o ministro do Interior, Bismullah Mohammadi.
Os parlamentares consideram que o governo não foi firme em sua resposta a ataques vindos do Paquistão na fronteira entre os dois países, no mês passado, e responsabilizaram os dois ministros por isso. Os parlamentares também questionaram os ministros a respeito de alegações de corrupção em seus ministérios e de supostas falhas de segurança que levaram a assassinatos recentes de autoridades de alto escalão.
"Ambos os ministros foram removidos de seus cargos e nós pedimos a sua Excelência, o presidente Karzai, que apresente novos ministros para esses postos o quanto antes", disse o presidente da Câmara Baixa do Parlamento, Abdul Raouf Abrahimi, após a votação.
O gabinete de Karzai disse apenas que o presidente tomaria uma decisão sobre os ministros depois de se reunir com sua equipe de segurança nacional, no domingo. Em votações de não confiança anteriores, Karzai simplesmente manteve ministros em seus postos interinamente e arrastou o processo de indicação de substitutos.
No país, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) informou que dois soldados da aliança foram mortos neste sábado em um ataque de rebeldes no leste. Desde o começo do ano, 268 militares dos EUA e da Otan foram mortos em conflitos no Afeganistão. As informações são da Associated Press.