Um boneco da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, em uma passeata contra o Brexit, em 23 de março, em Londres | Foto: Isabel INFANTES/AFP| Foto:

O Parlamento britânico aprovou nesta segunda-feira (25) a proposta de realizar uma bateria de votos indicativos na quarta (27) sobre o rumo que deve ser dado ao Brexit, a conturbada retirada do Reino Unido da União Europeia (UE), adiada na semana passada de 29 de março para 12 de abril, no mínimo.

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Aprovada por 329 votos (contra 302 de rechaço), a medida dá ao Legislativo maior peso na escolha dos próximos passos do processo de separação.

Três secretários do governo Theresa May renunciaram a seus cargos para poder desafiar a orientação oficial e endossar a iniciativa: Richard Harrington (Negócios), Alistair Burt (Relações Exteriores) e Steve Brine (Saúde).

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Segundo a imprensa britânica, não há maioria hoje na Câmara dos Comuns para nenhuma das soluções possíveis ao impasse em torno do desligamento da UE: um Brexit mais suave (com uma união aduaneira permanente entre as partes), a realização de um segundo plebiscito ou um adiamento longo da despedida.

Apesar de ter força política, ou seja, de criar um constrangimento para o governo caso este se recuse a segui-la, a decisão dos deputados não tem valor legal.

Na segunda, na abertura do debate na Casa, a primeira-ministra Theresa May indicou que rejeitaria planos que envolvessem uma nova consulta popular ou a manutenção do Reino Unido em uma união aduaneira com a UE após o brexit, mesmo que eles recebessem a chancela da Câmara na série de votos de quarta-feira.

"Acredito que aprovar essa proposta [de votos indicativos] abriria um precedente indesejável, o qual inverteria o equilíbrio de nossas instituições democráticas", afirmou.

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A líder conservadora reconheceu ainda não ter apoio suficiente no plenário para submeter seu acordo de saída a uma terceira votação -a primeira derrota, em janeiro, foi por uma diferença constrangedora de 230 votos; a segunda, em 12 de março, por 149.

Saída adiada

Na última quinta (21), a UE deu um ultimato a Londres.

Se o pacto for aprovado até 29 de março (data original da despedida britânica), o Reino Unido terá até 22 de maio para se descolar do bloco.

Já se o governo não conseguir dobrar o Parlamento nesse prazo, precisará correr para saltar do barco continental em 12 de abril, no mais tardar – a não ser que o Reino Unido concorde em tomar parte nas eleições europeias, no fim de maio, ideia que causa engulhos em May.

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Nesse último caso, a UE estaria disposta a negociar um adiamento mais generoso.

"Isso [uma postergação longa] significaria que nós não teríamos sido capazes de garantir a concretização do Brexit", disse a chefe de governo, insistindo na necessidade de os parlamentares ratificarem o quanto antes o acordo fechado por ela.

Na mesma sessão parlamentar, foi derrotada a proposta de consultar os deputados sobre uma saída abrupta da União Europeia, sem acordo, caso o impasse prosseguisse a uma semana do novo prazo fixado por Bruxelas.

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