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A Câmara dos Lordes aprovou nesta quarta-feira (16) o mandato legislativo que permitirá a Londres ceder ao Parlamento de Edimburgo o poder para realizar em 2014 um referendo sobre a independência da Escócia.

A mesma ordem legislativa foi autorizada na terça-feira pela Câmara dos Comuns, por isso, junto com a aprovação de hoje, o Parlamento britânico já abriu caminho para que seja organizada a consulta.

O Parlamento de Edimburgo não podia realizar o referendo sem autorização de ambas as câmaras já que, em virtude da Lei da Escócia de 1999, pela qual foi concedida autonomia a esta região, é competência de Londres qualquer decisão de natureza constitucional.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e o ministro principal da Escócia, Alex Salmond, assinaram em outubro do ano passado o Acordo de Edimburgo, que marcava a consulta para outono de 2014 e outorgava ao governo escocês todos os poderes para organizá-la.

O Parlamento aprovou a ordem durante uma longa sessão na qual puderam ser ouvidas fortes críticas por parte de um grupo de lordes liderados por Lorde Forsyth, ex-ministro britânico para a Escócia.

O político conservador disse que outorgar a organização do referendo ao nacionalista Alex Salmond era como "pôr uma raposa para tomar conta do galinheiro".

A votação de hoje coincidiu com a presença de Salmond em Londres, onde anunciou que quer uma constituição escrita para a Escócia se obtiver sua independência do Reino Unido.

Para o líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), uma democracia moderna deve contar com uma constituição escrita, que contemple, entre outros pontos, o acesso a uma educação livre e a supressão das armas nucleares em seu território.

"O caso do Reino Unido é muito excepcional entre as democracias ocidentais e é único dentro da União Europeia. Esta é uma deficiência democrática que uma Escócia independente não deveria repetir", ressaltou o ministro principal.

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