Aprovação de moção no Parlamento do Canadá pressiona ainda mais o premiê Justin Trudeau, que por enquanto se nega a criar comissão para investigar denúncias| Foto: EFE/José Méndez
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O Parlamento do Canadá aprovou nesta quinta-feira (23) uma moção solicitando ao governo a criação de uma comissão independente de investigação sobre a suposta interferência da China nas eleições gerais de 2019 e 2021 no país.

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A aprovação da moção, apresentada pelo social-democrata Novo Partido Democrático (NPD), ocorreu poucas horas depois de o deputado Han Dong abandonar o Partido Liberal, do primeiro-ministro Justin Trudeau, após ter sido acusado de pedir a Pequim que não libertasse dois canadenses detidos pelas autoridades chinesas.

Hang Dong, que negou as acusações feitas de forma anônima por fontes de inteligência canadenses a um veículo de imprensa, votou a favor da moção apresentada pela oposição.

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A moção não é obrigatória, e Trudeau até agora se recusou a criar a comissão de investigação - ele nomeou um relator especial sobre interferência que vai decidir se é necessária ou não.

Os partidos de oposição têm apontado que a indicação do relator especial não é suficiente.

A aprovação da moção aumenta a pressão sobre Trudeau, especialmente porque o Partido Liberal precisa dos votos do NPD para se manter no poder.

A emissora de TV Global News revelou que, segundo fontes dos serviços de inteligência canadense, Han Dong pediu ao cônsul-geral chinês em Toronto que não libertasse os canadenses Michael Kovrig e Michael Spavor, detidos em dezembro de 2018 em retaliação à prisão, no Canadá, de Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei.

A Global News acrescentou que Han Dong teria alegado ao cônsul chinês que a libertação dos dois beneficiaria o Partido Conservador do Canadá, que está na oposição.

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As acusações contra Han Dong se unem a outros vazamentos de informações dos serviços secretos canadenses que acusam a China de ingerência nas eleições de 2019 e 2021 para favorecer candidatos simpatizantes de Pequim.

Os partidos de oposição querem investigar se o governo canadense recebeu relatórios dos serviços secretos do país com acusações de ingerência chinesa e o que fez com essas informações.

Nesta quinta-feira, a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, negou que o governo tivesse interesse em prolongar a detenção de Kovrig e Spavor e garantiu que a libertação deles era uma prioridade do governo.

Os dois canadenses foram libertados por Pequim em setembro de 2021, ao mesmo tempo em que Meng Wanzhou foi colocada em liberdade.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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