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O Parlamento da Coreia do Sul formalizou nesta quarta-feira (4) o pedido de impeachment contra o presidente do país, Yoon Suk Yeol, que declarou lei marcial em um pronunciamento surpresa nesta terça-feira (2), medida que foi derrubada horas depois em votação de urgência pelos deputados.
O principal partido de oposição, o Partido Democrata (PD), informou mais cedo neste dia que apresentou, ao lado de outras cinco legendas, o pedido de moção para destituir Yeol do cargo, sob acusação de "traição".
A força opositora necessita de aproximadamente dez integrantes do partido governista para conseguir apoio e seguir com a iniciativa parlamentar. Para aprová-la, será necessário o apoio de pelo menos 200 dos 300 parlamentares que compõem o órgão legislativo unicameral sul-coreano.
O PD e outras forças somaram 190 votos no dia anterior para revogar a lei marcial. O Partido do Poder Popular, governista, sinalizou que rejeitará o impeachment.
A proposta deve ser votada na próxima sexta-feira (6), ou no sábado (7), seguindo o prazo de 72 horas estabelecido pela normativa nacional para processar este tipo de medida.
Caso ela seja aprovada, Yoon será julgado em um tribunal constitucional, órgão com nove integrantes que supervisiona o governo. São necessários seis votos para a saída do presidente do cargo.
Manifestantes pedem renúncia do presidente
Milhares de manifestantes foram às ruas nesta quarta-feira pedindo a renúncia do presidente Yoon Suk Yeol, acusando-o de "traição".
Os participantes do protesto se concentraram na Praça Gwanghwamun e, em seguida, marcharam até o gabinete presidencial, localizado na região central de Seul.
Ainda nesta quarta-feira, o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun, apresentou sua demissão e pediu desculpas aos sul-coreanos "por causar confusão e preocupação" com a aplicação da lei marcial, medida que também fez com que se tornasse alvo de um pedido de impeachment por parte da oposição.