Ministra da Justiça francesa, Christiane Taubira, é aplaudida no Parlamento durante a votação da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo no país| Foto: REuters/Charles Platiau
Protesto no último domingo (21) mobilizou milhares de manifestantes contra a liberação do casamento gay na França
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Os deputados franceses adotaram nesta terça-feira (23) de forma definitiva o texto que legaliza os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, com os votos a favor da esquerda e contra da oposição conservadora.

A direita anunciou que recorrerá perante o Conselho Constitucional, que deverá se pronunciar nas próximas semanas, antes de a lei entrar em vigor, o que é previsto para os próximos meses.

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O texto foi aprovado com 331 votos a favor, dois a mais que na primeira leitura, enquanto votaram contra 225, quatro menos que na votação anterior.

Pouco antes da votação, o presidente da Assembleia Nacional, Claude Bartolone, obrigou a retirar a tribuna de convidados pelos gritos dos opositores à lei e com o argumento de que "os inimigos da democracia não têm nada para fazer no plenário".

Uma vez adotada, a maior parte dos deputados da direita abandonou a câmara, enquanto os da esquerda, de pé, aplaudiam e gritavam "Igualdade!".

A ministra da Justiça, Christian Taubira, "madrinha" do texto, disse estar "cheia de emoção" diante o "avanço histórico" que significa a aprovação dessa lei.

"Sabemos que não tiramos nada de ninguém, demos um direito a pessoas que não o tinham. É um texto generoso", analisou a ministra, que se emocionou especialmente quando lembrou "os adolescentes que foram vítimas de violência por sua orientação sexual".

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"Quero dizer que têm todo o seu espaço nesta sociedade, sem ter que se preocupar por seus gostos, por sua orientação sexual. Não tenham medo nunca mais, vocês não têm nada para censurá-los", disse.

A lei transforma a França no 14º país do mundo a aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Ao longo de quase 140 horas, os deputados debateram sobre o texto em meio a uma forte tensão, tanto dentro como fora da câmara, onde os opositores convocaram uma multidão em manifestação de protesto.