Sessão na Assembleia Nacional, o Parlamento da Venezuela, em maio deste ano| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez
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O presidente do Parlamento da Venezuela, Jorge Rodríguez, conhecido por ser um forte aliado do ditador Nicolás Maduro, pedirá que Celso Amorim, assessor especial da Presidência do Brasil, seja declarado “persona non grata” no país por ter sido um “instrumento” nas eleições de 28 de julho de Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

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Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (30), Rodríguez disse que Amorim participou “em nome de Sullivan” como observador das eleições presidenciais venezuelanas para “tentar prejudicar a condução normal do processo”, cujo resultado oficial, fraudado pelo chavismo, deu a vitória a Maduro, uma vitória que o Brasil ainda não reconheceu e afirmou que não reconhecerá até que as atas eleitorais detalhadas sejam divulgadas.

Na opinião de Rodríguez, Amorim se comportou “mais como um interlocutor do governo dos EUA” do que no “papel supostamente atribuído” a ele pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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“Daí sua posição absolutamente prostrada aos desígnios do império agressor contra nossa nação profundamente ciente da defesa de sua liberdade”, declarou o presidente do Parlamento venezuelano.

Nesta terça-feira (29), Amorim disse que “o princípio da transparência não foi respeitado” nas eleições presidenciais venezuelanas, de modo que a proclamada vitória de Maduro – por seu chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) -, não pode ser reconhecida.

Ele explicou que, em suas tentativas de mediação, o Brasil defende a “não interferência em assuntos internos e resolução pacífica de disputas”.

Referindo-se a essa declaração, Rodríguez afirmou: “Se a sua posição é de não intervenção em nossos assuntos, peço respeitosamente que reveja sua conduta”.

Após as controversas eleições presidenciais de julho, a maior coalizão opositora da Venezuela, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), declarou que o resultado oficial foi fraudulento e divulgou 83,5% das atas eleitorais coletadas por testemunhas e membros das seções eleitorais, que provam a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia, documentos que o regime chavista considera “falsos”, contudo, segue negando a divulgação detalhada das atas oficiais.

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A mal-estar entre Brasil e a Venezuela piorou na última semana, quando o governo de Lula se recusou a aceitar a Venezuela como novo membro associado do bloco Brics, fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Celso Amorim não classificou o regime venezuelano como uma ditadura, contudo, enfatizou que o Brasil “não reconhece” o resultado oficial das eleições no país, nem a vitória atribuída pela oposição a Urrutia, que está exilado na Espanha.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]