O parlamento da Venezuela prorrogou nesta quinta-feira (20) por um mês a investigação sobre uma possível “responsabilidade penal” do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump (2017-2021) por “crimes contra a humanidade” em relação ao país sul-americano, devido às sanções que impôs enquanto estava no poder, e o suposto envolvimento de partidários antichavistas.
O parlamento venezuelano, com maioria do partido do ditador Nicolás Maduro, aprovou a prorrogação para concluir a investigação solicitada por uma comissão da casa, que anunciou “nomes e sobrenomes” de alguns dos “responsáveis” por “essas ações”, entre os quais mencionou María Corina Machado, Henrique Capriles (tornados inelegíveis pela ditadura venezuelana) e Freddy Superlano, candidatos nas primárias marcadas para 22 de outubro que vão definir o concorrente da oposição nas eleições presidenciais do ano que vem.
O presidente da comissão, o chavista Pedro Infante, também responsabilizou outros 22 opositores, como Juan Guaidó, Leopoldo López, Antonio Ledezma, David Smolansky, Freddy Guevara, Henry Ramos Allup, Carlos Vecchio, Miguel Pizarro e José Ignacio Hernández, entre outros que compõem uma lista “mais longa”.
Ele alega que esses opositores cometeram ao menos “oito crimes”, incluindo “traição”, “usurpação de funções”, “associação para cometer crimes”, “terrorismo” e “financiamento do terrorismo”, e “violaram” o Estatuto de Roma, a Carta das Nações Unidas, a Convenção de Viena e a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional.
Entre os “responsáveis internacionais”, de acordo com Infante, estão Trump e “alguns de seus porta-vozes e funcionários”, como John Bolton (ex-conselheiro de segurança) e Elliott Abrams (ex-enviado especial para a Venezuela), “ex-presidentes”, “organizações e instituições”, como os departamentos de Estado e do Tesouro dos EUA, e empresas transnacionais.
Infante também disse que a comissão elaborou uma agenda que inclui a “denúncia formal” em “órgãos nacionais e internacionais” e uma “grande mobilização” para que “o povo possa levantar a voz em defesa” do país e de sua “soberania e interesses”.
Os resultados dessas investigações, de acordo com o político chavista, devem ser levados a órgãos como as Nações Unidas e o Tribunal Penal Internacional (TPI) – onde a ditadura de Maduro é investigada por violações de direitos humanos.
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