O Knesset (Parlamento de Israel) votou, nesta quarta-feira (21), a favor de uma resolução do governo que rejeita um projeto dos Estados Unidos e de vários países árabes, cujos detalhes ainda são desconhecidos, que culminaria na criação de um Estado palestino.
O Parlamento israelense aprovou a decisão, tomada há três dias pelo Executivo, com o apoio de 99 dos 120 parlamentares e com apenas nove votos contrários.
Um dos deputados contrários à resolução, o palestino Ahmed Tibi, foi expulso da sessão depois de interromper o discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, gritando “um Estado palestino será estabelecido”, informou o próprio parlamentar na sua conta no X.
O texto aprovado pelo Parlamento é o mesmo assinado pelo governo no dia 18: “Israel rejeita categoricamente os ditames internacionais relativos a um acordo permanente com os palestinos. O acordo, na medida em que for alcançado, será feito exclusivamente através de negociações diretas entre as partes, sem condições prévias”.
Netanyahu mostrou-se hoje satisfeito com o resultado, agradeceu à oposição pelo apoio à proposta e garantiu não se lembrar de uma maioria tão grande em nenhuma proposta. “O Knesset uniu-se hoje com uma grande maioria contra a tentativa de nos impor o estabelecimento de um Estado palestino. Esta decisão prejudicaria a paz e enviaria uma mensagem clara à comunidade internacional”, disse Netanyahu, segundo vários meios de comunicação locais.
“Israel continuará a opor-se ao reconhecimento unilateral de um Estado palestino. Tal reconhecimento, após o massacre de 7 de outubro, significaria uma enorme recompensa para o terrorismo e impediria qualquer futuro acordo de paz”, indica o texto aprovado pelo Knesset.
De acordo com o jornal The Washington Post, que cita autoridades americanas e árabes, os EUA estão planejando anunciar, no âmbito de uma trégua em Gaza que incluiria a libertação de reféns israelenses, uma proposta para a criação de um Estado palestino.
Este plano incluiria, segundo o jornal americano, a evacuação de "muitos ou todos" os assentamentos no território da Cisjordânia, uma capital palestina em Jerusalém Oriental e um aparato de segurança e um governo palestino interino para uma Cisjordânia e Gaza conjunta.