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Manifestantes protestam em Londres contra o Brexit.| Foto: Isabel Infantes/AFP

Em uma rara sessão do Parlamento britânico no fim de semana, legisladores podem adiar neste sábado uma votação decisiva sobre o Brexit, forçando o primeiro-ministro Boris Johnson a solicitar uma prorrogação de prazo adicional para saída do Reino Unido da União Europeia. Legisladores avaliavam forçar o governo a conceder-lhes mais tempo para examinar o acordo que Johnson celebrou com a UE no início da semana. A previsão era de que o Parlamento apreciasse neste sábado o acordo de Brexit.

Membros do Parlamento argumentaram que não teriam tempo de examinar os detalhes do acordo, que chega a mais de 500 páginas, e alguns reclamaram que não houve avaliação de suas consequências econômicas. Emenda sugerida ao plano do governo, apresentada pelo ex-legislador do Partido Conservador Oliver Letwin, determina que o acordo de Brexit só entre em vigor quando uma porção da legislação relacionada ao Brexit for aprovada na Câmara.

Johnson pediu aos legisladores que ratifiquem o acordo que ele fechou esta semana com os outros 27 líderes da UE. Ele disse que membros da Câmara dos Comuns deveriam "se unir como democratas para acabar com essa disputa debilitante" sobre o Brexit que assolou o país desde a votação de junho de 2016 para deixar a UE. "Agora é a hora dessa grande Câmara dos Comuns se reunir ... como acredito que as pessoas em casa estão esperando e esperando", disse Johnson aos legisladores.

Se a emenda for aprovada, Johnson teria que pedir à UE um atraso na data de partida do Reino Unido. No mês passado, o Parlamento aprovou uma lei obrigando o governo a fazer isso se nenhum acordo for aprovado até sábado. O primeiro-ministro sinalizou que faria isso sob coação. Ele é obrigado por lei a pedir a extensão, mas disse que não pode mudar seu julgamento "de que mais atrasos são inúteis, caros e profundamente corrosivos da confiança pública". Johnson alertou que a aprovação do bloco para um novo adiamento não é garantida. "Há muito pouco apetite entre nossos amigos na UE para que esse negócio seja prolongado por mais um dia", disse Johnson. "Eles já viram três anos e meio desse debate."

O líder da oposição Jeremy Corbyn disse ao Parlamento que o acordo do Brexit de Johnson arrisca empregos, direitos, meio ambiente e serviços de saúde. O líder do Partido Trabalhista afirmou ainda que o novo acordo é substancialmente pior do que a proposta anterior, que foi rejeitada três vezes. Corbyn diz que o acordo remove a proteção dos direitos dos trabalhadores e do meio ambiente e os substitui por promessas vazias.

Protestos nas ruas

Milhares de oponentes do Brexit se reuniram no centro de Londres para pedir que o Reino Unido permaneça na União Europeia. Os manifestantes vão convergir para a Praça do Parlamento, enquanto os legisladores apreciam o plano de saída do Brexit apresentado pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

Muitos carregavam cartazes pedindo a suspensão do processo do Brexit, que começou com um referendo de 2016, no qual os eleitores britânicos apoiaram a saída do Reino Unido do bloco. O manifestante Bruce Nicole, um vigário de Camberley, no sudoeste de Londres, disse que o acordo com o Brexit prejudicaria o Reino Unido. "Sou britânico, mas também sou europeu. Não acredito que o acordo atual ofereça nenhum benefício."

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