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O Parlamento do Iêmen aprovou hoje o estabelecimento do estado de emergência no país, o que concede amplos poderes ao presidente Ali Abdullah Saleh. A medida intensifica a disputa entre Saleh e o movimento que uniu comandantes militares, líderes religiosos e jovens para exigir sua saída imediata.

O estado de emergência suspende a Constituição, permite a censura da mídia, proíbe protestos de rua e dá às forças de segurança 30 dias de amplos poderes para deter suspeitos sem processo judicial.

Líderes da juventude que estavam na praça central de Sanaa, que se tornou o epicentro do movimento, desconsideraram a medida. "É a revolução que agora decide o futuro do país", disse Jamal Anaam, um dos líderes dos protestos. "Não damos atenção às medidas".

A aceleração do conflito aumentou os temores de que a instabilidade no Iêmen possa se elevar ainda mais. Facções rivais do exército levaram tanques para a capital, Sanaa. Unidades comandadas por um dos filhos de Saleh protegem o palácio presidencial, enquanto unidades leais ao principal comandante dissidente protegem os manifestantes.

A Casa Branca tem sido relutante em se envolver na questão política do Iêmen, exceto por pedidos para o fim da violência. O governo de Barack Obama parece tentar evitar a escolha entre o impopular Saleh e uma oposição que Washington não compreende totalmente e pode ser hostil aos esforços norte-americanos no Iêmen.

A aprovação do estado de emergência era praticamente certa, tendo em vista que o partido de Saleh domina o Parlamento, de 301 assentos. Legisladores da oposição e independentes não foram votar, assim como dezenas de parlamentares do próprio partido de Saleh. O Parlamento informou que mais de 160 legisladores estavam presentes na sessão de hoje.

Não há resultado da votação, que foi decidida pelos legisladores que ergueram os braços, em cenas caóticas. Alguns legisladores dissidentes questionaram se havia os 151 parlamentares necessários no interior do Parlamento para a aprovação do projeto, afirmando que havia apenas cerca de 130 legisladores no local. "A votação foi ilegítima", disse o parlamentar independente Abdul-Razzak al-Hijri.

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