O Parlamento do Egito, liderado por islâmicos, reuniu-se nesta terça-feira em um desafio aberto aos generais que dissolveram a Casa no mês passado, em um acontecimento que aumenta a tensão dos políticos com os militares apenas 10 dias após a posse do presidente Mohammed Mursi.
Mursi, o primeiro presidente civil do Egito após seis décadas de regime militar, revogou no domingo a ordem que dissolvera a legislatura. O Parlamento, liderado pela Irmandade Muçulmana, de Mursi, e outros aliados, foi desfeito pelos militares, com base em uma decisão judicial, apenas dias antes da eleição presidencial de Mursi.
Pouco antes de o presidente do Parlamento, Saad al-Katatni, ter aberto a sessão, os Estados Unidos pediram que os dois lados iniciem conversas para garantir uma transição política tranquila no Egito, um aliado próximo dos EUA durante as três décadas de governo do ex-presidente Hosni Mubarak.
"Eu os convido a reunir-se em acordo com o decreto emitido pelo presidente", disse Katatni, que vem da Irmandade assim como Mursi. "Quero confirmar que o decreto presidencial não viola a Justiça."
A disputa é parte de uma luta mais ampla de poder, que poderá levar anos até se consolidar, e que opõe os islâmicos reprimidos por muito tempo sob o regime Mubarak aos generais que governaram o Egito por seis décadas ao lado do ex-presidente.
O Conselho Militar, que governou o Egito desde a derrubada de Mubarak em 11 de fevereiro de 2011, após manifestações populares, entregou os poderes a Mursi em junho, mas procurou reduzir sua autoridade pouco antes de ele ser eleito.
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