O Parlamento da Espanha deu nesta quinta-feira (7) um passo adiante para aprovar a polêmica lei de anistia para os condenados, processados e investigados judicialmente em relação à tentativa ilegal de independência da região autônoma da Catalunha em 2017.
A Comissão de Justiça do Congresso espanhol respaldou um novo parecer do projeto legislativo graças a um acordo entre o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), principal força do governo, e os independentistas.
A iniciativa contou com o apoio de toda a esquerda e dos soberanistas catalães e bascos, enquanto a oposição formada pelo conservador Partido Popular (PP) e pelo direitista Vox se manifestou contra. O projeto ainda será debatido e votado em breve no plenário do Congresso e, posteriormente, no Senado.
O acordo alcançado nesta quarta-feira (6), segundo confirmaram seus negociadores, adapta a lei às normas europeias, exclui os crimes mais graves de terrorismo e traição e “em nenhum caso” exculpa crimes de corrupção.
No início da comissão, o porta-voz do PP, Cuca Gamarra, solicitou sua suspensão para que a mesa diretora pudesse qualificar as emendas pactuadas e para que os grupos tivessem então tempo para analisá-las. Após um intervalo, a mesa aceitou as alterações e o debate foi retomado.
Com a comissão retomada, o porta-voz do PSOE, Francisco Aranda, afirmou que a anistia é um “compromisso decidido, corajoso e democrático para avançar no reencontro com a Catalunha” e recomendou que o PP entre em acordo “com aqueles que pensam diferente”.
“Dedicar-se à política é tomar decisões e não evitá-las, é resolver problemas e não criá-los, é trabalhar pela convivência e não pela discórdia. Olhar para o futuro e não viver no passado, e é concordar com quem não pensa como você", disse.
Representantes do partido independentista Juntos pela Catalunha afirmaram que, com as alterações agora acordadas, o texto “reforça e adapta as normas europeias para dificultar as tentações daqueles que querem utilizá-las indevidamente”.
Já a porta-voz da ERC, também pró-independência, celebrou o acordo depois do Juntos ter provocado um prolongamento da negociação para conseguir mais mudanças, embora tenha dito que o texto anterior era bom. Em todo o caso, optou por continuar remando pelo objetivo comum da liberdade do povo catalão.
"O que ficará para a história é se somos capazes de voltar a um ponto em que o movimento seja forte o suficiente para tentar novamente, de forma pactuada e legal, a libertação do nosso povo por meio de um referendo e do exercício da democracia", acrescentou.
Apesar dos acordos, o porta-voz do PP alertou que o Código Penal “ainda está em vigor” e a lei não pode alterar as definições de fraude, uma vez que “a lei de anistia não pode inventar outras finalidades para cada crime e fazê-las depender do depoimento de cada acusado”.
Nesse sentido, destacou que a lei não pode alterar os crimes de terrorismo ou de peculato com base em determinados fins.
“Vocês podem anistiar quem quiser, mas a história não vai anistiar o PSOE por cometer esta autêntica atrocidade”, disse Gamarra, ao descrever a regra como “ultraje e corrupção política”. (Com Agência EFE)
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Lula não passa presidência para Alckmin e ministros assumem tratativas no Congresso; assista ao Entrelinhas
São Paulo aprova isenção de IPVA para carros híbridos; elétricos ficam de fora