O Parlamento do Irã iniciou nesta segunda-feira (27) sua 12ª legislatura, dominado por radicais islâmicos linha-dura e com as eleições presidenciais no horizonte devido à recente morte do presidente Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero.
Os radicais reafirmaram seu controle absoluto do Parlamento nas eleições de 1º de março, com de 41% de participação, a menor da história do país islâmico.
O líder supremo, Ali Khamenei, a mais alta autoridade da República Islâmica, não esteve presente na posse, mas enviou uma mensagem aos parlamentares na qual elogiou a “democracia religiosa” do país, que considerou “um grande presente divino”.
“Cada membro do Parlamento representa toda a nação do Irã”, disse ele em uma mensagem na qual pediu aos parlamentares que sejam “uma fonte de calma e esperança” e evitem “disputas políticas”.
A sessão inaugural contou com a presença do presidente interino do Irã, Mohammad Mokhber, do chefe do Judiciário, Gholam-Hossein Mohseni-Eje'i, e do comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irã, general Hossein Salami, entre outros.
Após a inauguração no Parlamento, os parlamentares seguiram para o mausoléu do aiatolá Ruhollah Khomeini para prestar homenagem ao fundador da República Islâmica.
As eleições foram marcadas por um baixo comparecimento às urnas, alimentado pela economia fraca e pela agitação social após os protestos de 2022 pela morte de Mahsa Amini, depois de ser detida por não usar corretamente o véu islâmico.
Os protestos exigiram por meses o fim da República Islâmica e só diminuíram após uma repressão policial que resultou em cerca de 500 mortes e na execução de oito pessoas, uma delas em público.
Além disso, muitos candidatos reformistas - que apoiam a abertura gradual do país - foram desqualificados pelo Conselho dos Guardiões, órgão que veta as leis aprovadas no Parlamento e os candidatos políticos, o que também não ajudou no comparecimento às urnas.
Das 290 cadeiras no Parlamento, 197 são ocupadas por deputados linha-dura, 48 por reformistas, 40 são independentes e cinco pertencem a minorias religiosas, de acordo com o jornal Etemad.
Dessa forma, os radicais islâmicos reafirmaram seu controle do Legislativo, liderando a votação em regiões como Teerã, que tem 30 cadeiras e é considerada a mais importante.
Lá, o mais votado foi o clérigo Mahmoud Nabavian, de 59 anos, que se opôs ao pacto nuclear de 2015 e, no passado, pediu que o país tivesse armas nucleares para enfrentar Israel.
O segundo mais votado na capital foi Amir Hossein Sabeti, um apresentador de televisão de 36 anos, sem experiência política, que negou que a pandemia de Covid-19 fosse real.
E o terceiro foi Hamid Rasaei, um clérigo de 55 anos que pediu a execução dos manifestantes que protestaram em 2022 após a morte de Amini.
A inauguração do Parlamento ocorreu em meio à incerteza antes das eleições antecipadas de 28 de junho, devido à morte de Raisi e do ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, em um acidente de helicóptero há oito dias.
O registro de candidatos à presidência começará nesta semana. Depois, o Conselho dos Guardiões decidirá quais políticos poderão participar para que a campanha eleitoral tenha início.
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