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Na pior derrota do premier Tony Blair em oito anos de governo, o projeto de nova lei antiterror foi rejeitado nesta quarta-feira pela Câmara dos Comuns, do Parlamento britânico. A proposta, entre outros pontos, previa a ampliação de 14 para 90 dias do prazo que a polícia teria para manter presos suspeitos de terrorismo sem apresentar acusações formais.

A derrota dos trabalhista foi determinada por 322 votos a 291. Dezenas de membros do partido de Blair se recusaram a apoiá-lo, o que levanta fortes questionamentos sobre a liderança exercida pelo premier.

Muitos dizem que a decisão de Blair de não lutar por um novo mandato enfraqueceu sua autoridade sobre os seus partidários. A convocação às pressas do ministro das Finanças, Gordon Brown, para fazer pressão pela aprovação do projeto de lei aumentou as especulações de que Blair o esteja preparando para assumir um possível novo governo trabalhista.

Após a derrota da proposta de Blair, a Câmara dos Comuns aprovou um projeto apresentado por trabalhistas rebeldes, por 323 votos a 290. Com isso, o período sobre de 14 para 28 dias, muito abaixo do que o governo desejava.

Para os críticos, o aumento dos poderes das forças de segurança seria uma grande infração das liberdades civis na Grã-Bretanha e alienaria a comunidade muçulmana no país.

Blair insistiu que sua autoridade não sofreu avarias após sofrer uma grande derrota no Parlamento e que renunciaria por causa do que ocorrera na Câmara dos Comuns.

Perguntado pela TV Sky se cogitaria renunciar após a votação, Blair disse simplesmente: "Não".

Richard Wyn Jones, analista de política da Universidade Aberystwyth, disse que o premier havia sofrido um sério golpe.

- Se 40 membros do Partido Trabalhista votaram contra ele quando as apostas estavam feitas, quando ele se mobilizava com força total, quando fazia de tudo, isso significa um golpe para a liderança dele - afirmou.

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