Ocorre nesta terça-feira (10) a sessão parlamentar que pode resultar na declaração de independência da Catalunha, na Espanha. A expectativa é que o presidente da região, Carles Puigdemont, declare a área autônoma. O referendo catalão, realizado no domingo (1º), pelo movimento que busca a secessão da região, obteve 90,09% dos votos favoráveis à medida. Cerca de 2,2 milhões de pessoas participaram da consulta, o equivalente a menos da metade do eleitorado local.
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Na ocasião, o plebiscito separatista teve seções eleitorais invadidas pela polícia, eleitores retirados à força e milhares votando embaixo da chuva. Segundo o Departamento de Saúde da Catalunha, foram atendidas 844 pessoas feridas nos embates com a polícia, que chegou a usar balas de borracha contra manifestantes. Houve também 33 policiais feridos.
Neste domingo (8), cerca de 350 mil pessoas foram às ruas de Barcelona protestar contra a separação da Catalunha. De acordo com pesquisas, apesar de a maioria dos catalães defender a realização de um referendo formal, pouco mais da metade se opõe à independência de sua região.
O governo espanhol já afirmou não vai reconhecer uma possível declaração de independência, assim como a União Europeia ou outros grandes atores globais.
O porta-voz do partido que governa Madrid, o Partido Popular (PP), Pablo Casado, afirmou nesta segunda (9) que não há possibilidade de diálogo com Carles Puigdemont e o governo espanhol sobre a separação da Catalunha. Ele chegou a ameaçar os separatistas usando um exemplo histórico. “Não queiram acabar como o Companys [Lluís Companys]”, disse o porta-voz, em referência ao presidente da Generalitat. Em 1934, ele proclamou a República da Catalunha, foi detido e preso. Mais tarde, morreu fuzilado.
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